A tensão entre Rússia e Ucrânia deixa o mundo em alerta. Para os países, como o Brasil, que mantêm parcerias comerciais com os principais atores desse conflito, a preocupação maior é com os efeitos negativos em suas economias.
O Valor afirma que a iminência de uma guerra na Europa oriental expõe os produtores rurais brasileiros à possibilidade de novos aumentos nos preços dos fertilizantes químicos e até de uma eventual interrupção no fornecimento dos insumos fabricados nesses países. Sem contar que Rússia e Ucrânia são importadores de grãos e de carnes do Brasil.
A BBC aponta que, embora o primeiro impacto tenha sido positivo – a queda do dólar -, com a moeda norte-americana sendo negociada a R$ 5,0511 na terça, 22/2, os efeitos da guerra podem vir na forma de aumento na inflação e alta nos preços do petróleo e seus derivados. A reportagem também cita a questão dos fertilizantes, insumos agrícolas e do setor agrícola nacional.
Para o Valor, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Ribeiro, disse que a pasta não trabalha “com a hipótese de falta desses insumos”. Segundo ele a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tem dialogado com os principais fornecedores internacionais de adubos e diz que eles têm garantido a manutenção – e até o aumento, em alguns casos – do fornecimento ao Brasil.
Além de fertilizantes e seus insumos, base da relação comercial do Brasil com a Rússia, nosso País importa malte e trigo dos russos. A importação de adubos da Ucrânia, de acordo com o jornal, não é tão relevante. Entre os itens agropecuários importados para o Brasil do mercado ucraniano, a lista contém cigarros, frutas congeladas e aveia.
Já as exportações brasileiras para os dois países se concentram em produtos agrícolas. Amendoim, carne bovina açúcar, café solúvel, soja, tabaco, tripas bovinas, pimenta e carne de frango são os principais produtos exportados para a Ucrânia.
A Rússia, além da campeã soja, exporta do Brasil carne de frango, café, amendoim, açúcar, carne bovina, carne suína e até carne de cavalo. Só de soja, foram 768,2 mil toneladas exportadas em 2021, ou US$ 343,2 milhões.