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Incêndios florestais 2024: a solução passa por nós

Incêndios florestais 2024: a solução passa por nós

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O agronegócio tem sido um pilar fundamental para o desenvolvimento das civilizações desde os tempos antigos. Mesmo antes de esses conceitos existirem, a ciência e a tecnologia desempenharam papéis cruciais na evolução desse setor, contribuindo para aumentos significativos na produtividade, na eficiência e na sustentabilidade das práticas agrícolas.

A observação do agricultor domesticou plantas e animais, permitindo o cultivo de grãos como trigo e milho, e a criação de gado, além de desenvolver ferramentas e técnicas, que facilitaram a preparação do solo para o plantio. Do século 20 até os dias de hoje vivemos uma revolução tecnológica com o advento das máquinas, o desenvolvimento de fertilizantes, a biotecnologia e, mais recentemente, o uso do GPS, sensores e drones.

Aprimorar, portanto, não é novidade para o agronegócio.

Mas o que podemos esperar do agronegócio do futuro baseados no que estamos vendo no presente, mais especificamente nestes últimos meses de 2024, quando assistimos ao País pegar fogo por causa das queimadas?

Pantanal, Amazônia, Goiás, Tocantins, Minas Gerais, interior de São Paulo ardem em chamas, agravadas pelo pior período de seca dos últimos 40 anos que tem afetado metade dos estados brasileiros.

Para evitar que novas tragédias como essas aconteçam, o agropecuarista precisa olhar para o passado e aprender com nossos ancestrais que sempre é possível fazer melhor. Podemos compartilhar e aprimorar conhecimentos e experiências sobre técnicas de manejo sustentável e controle de queimadas. Podemos exigir de órgãos federais, estaduais e municipais a promoção de programas sobre manejo integrado do fogo (MIF), além de treinamentos para agricultores sobre práticas de manejo sustentável e alternativas à queima, em épocas de seca severa.

Outra medida é ajudar a desenvolver e implementar planos de contingência para o gerenciamento de incêndios florestais e queimadas, com estratégias para uma resposta rápida que possa minimizar os danos e proteger as áreas agrícolas e ambientais.

Mas é preciso também separar o joio do trigo. Ou seja, é preciso separar os agricultores que se utilizam de boas práticas, ainda que de forma equivocada, dos que fazem uso criminoso do fogo fingindo-se de produtores. O uso inadequado do fogo por gente sem escrúpulos tem tido consequências devastadoras para o agronegócio, afetando não apenas a produção agrícola, mas também a imagem e a viabilidade do setor como um todo.

A missão não é fácil, mas nada demais para um setor que já enfrentou e enfrenta tantas adversidades. Mas ela precisa que todos trabalhem em conjunto para preservar a integridade do agronegócio. Uma única fruta podre pode comprometer várias outras: chegou o momento de identificar as maçãs podres para preservarmos as boas. Só assim conseguiremos assegurar que os agropecuaristas brasileiros continuarão a desempenhar um papel vital na economia nacional e global, sem serem prejudicados por ações de uma minoria irresponsável, como estamos vendo este ano.