A Arábia Saudita suspendeu neste mês as importações de carne bovina de cinco plantas frigoríficas brasileiras, de acordo com documento publicado pela Saudi Food and Drug Authority (SFDA) nesta quarta-feira, 15/9, a agência governamental que regula alimentos e medicamentos no país.
O motivo não foi informado, mas as unidades estão localizadas no Estado de Minas Gerais, onde as autoridades brasileiras identificaram no início do mês um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), o mal da “vaca louca”. A suspensão das compras teve início no dia 6 de setembro, com o Ministério da Agricultura confirmando na segunda-feira, 13/9, que o motivo da suspensão está relacionado ao caso atípico de EEB.
Em nota, a pasta informou que já estão sendo realizadas reuniões, “mas não há previsão sobre a retirada das suspensões”.
A Plena Alimentos S/A, em Pará de Minas, a Supremo Carnes, em Ibirité e Campo Belo, a Dimeza Alimentos, do Grupo Fricon, no município de Contagem, e a MaxiBeef Carnes, de Carlos Chagas, estão proibidas de exportar os seus produtos de carne bovina para a Arábia Saudita.
A decisão saudita entrou em vigor justamente no dia em que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) concluiu que os dois casos da doença, identificados em Minas Gerais e Mato Grosso, não representam risco para a cadeia de produção bovina brasileira.
Com o resultado da apuração internacional, o País se concentrava em avançar nas negociações com a China para liberar o mercado de exportação de carne bovina, que havia sido interrompido voluntariamente pelo Brasil enquanto mais informações sobre os casos estavam sendo analisadas.
Agora, o Ministério da Agricultura deverá ampliar as negociações para reverter a medida tomada pelas autoridades árabes.
Em maio, a Arábia Saudita interrompeu as compras de carne de aves de 11 frigoríficos brasileiros, dentre eles, sete unidades da Seara, da JBS. O embargo ainda não foi retirado.
Bolsa
O Bradesco BBI avaliou que a suspensão das importações de carne bovina de cinco frigoríficos brasileiros pela Arábia Saudita deve ter um impacto limitado sobre as ações de empresas de proteína animal de capital aberto no Brasil.
Isso porque as unidades suspensas estão só no Estado de Minas Gerais, que representa cerca de 10% dos embarques do País aos árabes, estima o banco. No geral, a Arábia Saudita recebe apenas 2% do total exportado pelo Brasil, acrescentou banco.
Quanto à China, para onde o Brasil decidiu voluntariamente interromper as exportações durante as investigações sobre a doença, os embarques continuam paralisados, comentou o ministério. Da mesma forma, não há previsão de retomada das vendas da proteína bovina aos chineses.
Fonte: Estadão Conteúdo
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