Por: André Garcia
O Banco Mundial pode investir US$ 100 milhões em alternativas sustentáveis na agricultura familiar de Mato Grosso. Na última semana, representantes da organização visitaram propriedades rurais e cooperativas do norte do Estado e na Grande Cuiabá, em busca de informações para a consolidação do Projeto MT Produtivo.
A iniciativa, do governo estadual, beneficiaria, por exemplo, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cuja proposta é oferecer alternativas sustentáveis de renda aos pequenos produtores e povos indígenas.
De acordo com reportagem do CenárioMT, outra ação que pode lucrar com financiamento faz parte do segmento de orgânicos: a plantação de café na Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe, em Alta Floresta. O proprietário, Adeildo Sopeletto, é membro da Associação Guadalupe Agroecológica (Agua) e foi apresentado aos representantes do Banco Mundial.
Também é o caso da família de Amilton José Vitorino, que, com a esposa e três filhos, toca uma agroindústria de processamento de frutas para produção de polpa. Na chácara São José, em Terra Nova do Norte, em pouco mais de três hectares eles cultivam 290 pés de acerola, 25 de limão taiti, 20 de pequi e 50 mangueiras.
Ali há ainda tarumeiros, cajueiros e plantadores de melancias, entre outros.
“Tudo vira polpa. Hoje, a renda da família vem da produção de polpas. Investimos na propriedade, os filhos, que tinham saído de casa, voltaram e estamos todos vivendo do que produzimos”, conta Amilton.
Além de 11 consultores do Banco Mundial, a comitiva contou com representantes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Eles conheceram exemplos de produção da bovinocultura, fruticultura, apicultura, café, mandioca e extrativismo.
O projeto
Com o propósito de auxiliar na comercialização, certificação, infraestrutura, autonomia econômica e produção sustentável, o projeto é construído pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) e Empresa Mato-grossense de Pesquisa Assistência e Extensão Rural (Empaer), em parceria com o Banco.
A instituição financeira, conhecida por efetuar empréstimos a países em desenvolvimento, pretende, além de financiar, ajudar a construir o projeto, que tem previsão de início para o segundo semestre de 2023 e prazo de execução de cinco anos.
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