Às vésperas da abertura do maior evento de meio ambiente no mundo, a COP-26, em Glasgow, a China informou nesta sexta-feira, 22/10, que estuda medidas para conter o que considera uma excessiva busca por lucros por parte de empresas ligadas ao carvão.
Em comunicado, a Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional (NDRC, na sigla em inglês) revelou que, em reunião com representantes do setor, discutiu o atual estado da produção chinesa e prometeu adotar políticas que garantam a estabilização dos preços.
A agência acrescentou que pretende mobilizar equipes de investigações para apurar os custos e lucros de empresas de carvão. Na última terça-feira, a comissão já havia criticado a “irracional” alta dos preços, que estaria “se desviando completamente dos fundamentos da oferta e demanda”. A instituição se comprometeu em intervir para reverter a situação, embora não tenha detalhado medidas.
Como é sabido, a China é uma das principais emissoras de gases de efeito estufa no mundo, com suas termelétricas de carvão, e pressionada por organizações ambientais globais para que faça o quanto antes a transição de sua matriz energética poluidora para outra menos nociva ao ar e saúde da população.
Só que o país asiático tem investimentos altíssimos desse tipo de usina de energia pelo mundo. São ao menos 44 projetos em estágios iniciais de planejamento na Ásia e na África, ao custo de US$ 50 bilhões.
O aceno da China a favor do controle da ganância das termelétricas de carvão ocorre no momento em que os preços da energia dispararam tanto pelas perspectivas de aumento da demanda no Hemisfério Norte com a chegada do inverno quanto pela pressão por redução de investimentos em combustíveis fósseis.
Fonte: Estadão Conteúdo