HomeMundo

Com greve na Deere, revendedores e agricultores temem atraso e preço elevado

Com greve na Deere, revendedores e agricultores temem atraso e preço elevado

As eleições nos Estados Unidos e o impacto no agronegócio
Combate a crimes ambientais na Amazônia na mira dos EUA
Após China, EUA podem barrar carne bovina do Brasil, diz jornal

A notícia vem dos EUA, mas seus impactos podem ser vistos em Mato Grosso. Trata-se da greve dos trabalhadores da Deere Co., companhia de máquinas agrícolas, que já dura semanas. O movimento tem deixado os revendedores preparados para atrasos nas entregas e os agricultores temendo preços mais altos. Na semana passada, membros do sindicato United Auto Workers (UAW) rejeitaram uma segunda proposta, elevando incertezas sobre a safra de outono, quando a produção regular pode ser retomada.

Um produtor de milho, soja e outras culturas, que tem cerca de 10,1 mil hectares no leste de Dakota do Norte, disse que encomendou três tratores da Deere e dois pulverizadores, antes da greve, mas que até agora não recebeu tudo o que comprou. As entregas de alguns equipamentos estão atrasadas há meses e não está claro quando o restante do pedido será recebido, disse ele, acrescentando que teme que a greve possa complicar ainda mais a situação.

De acordo com o agricultor, a entrega tardia de seus pulverizadores pode prejudicar a produção agrícola no ano que vem, já que seu equipamento mais antigo não pode aplicar produtos químicos com a mesma precisão das novas máquinas. “Isso terá um grande impacto na lucratividade e nos resultados da produção”, disse ele, que depende exclusivamente dos equipamentos da empresa.

A Deere recusou-se a comentar os estoques e entregas de equipamentos. A companhia informou que continuaria operando suas fábricas nos EUA com supervisores e outros funcionários não sindicalizados, e que a empresa está considerando o fornecimento de peças de reposição e maquinários de suas fábricas no exterior.

Os revendedores disseram que estão recebendo apenas alguns equipamentos das fábricas da Deere, ao mesmo tempo em que funcionários não sindicalizados dão os últimos retoques nas máquinas que estavam estacionadas nas montadoras esperando a chegada das peças.

A economia agrícola revigorada está impulsionando a demanda por novos equipamentos. Nos primeiros três trimestres do atual ano fiscal da Deere, suas vendas aumentaram 27% em relação ao ano anterior, e o lucro líquido mais que dobrou para US$ 4,7 bilhões.

A empresa espera ganhar cerca de US$ 5,8 bilhões no ano inteiro. As ações da companhia na sexta-feira, 5/11, fecharam em alta de 1,2% a US$ 355,20.

Os preços dos equipamentos da Deere estão 8% mais altos para pedidos antecipados para 2022, segundo a companhia. A JP Morgan estimou que a empresa teria que aumentar os preços em 1,5% para cobrir os custos de mão de obra mais altos após a proposta de trabalho ser recusada pelos funcionários da empresa.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) projetou, em setembro, que a receita agrícola líquida aumentaria 20% este ano para US$ 113 bilhões, o maior valor desde 2013, já as despesas de produção agrícola aumentariam mais de 7%.

Fonte: Estadão Conteúdo