HomeMundo

Investidores com US$ 5 tri cobram metas de redução de emissões agrícolas do G-20

Investidores com US$ 5 tri cobram metas de redução de emissões agrícolas do G-20

Brasil pode reduzir emissão de metano em 36% até 2030
Emissões de carbono dobraram na Amazônia depois de 2018
Estudo da Embrapa quantifica emissão de metano em arroz irrigado

A pressão do mercado internacional sobre parceiros comerciais aumenta cada vez mais em busca da redução de gases de efeito estufa no mundo. O mais recente apelo está direcionado especificamente ao setor agrícola.

Uma coalizão de investidores globais e o ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon pedem a todas as nações do G-20 que divulguem metas específicas para reduzir as emissões agrícolas dentro de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) antes das negociações climáticas da COP-26, em novembro, em Glasgow.

Na declaração ‘Where’s the Beef’ (Onde está a carne), o grupo de investidores com carteira de US$ 5 trilhões, coordenado pela FAIRR Initiative, faz um apelo aos governos do G-20 por mais transparência sobre o volume das reduções de emissões planejadas em seus NDCs do setor agrícola.

“A agricultura atualmente é responsável por um terço de todas as emissões globais. No entanto, nenhum dos compromissos nacionais climáticos (NDCs) do G-20 atualmente divulgados incluem metas nacionais claras para a redução de emissões no setor agrícola”, diz o documento.

Este não é o caso de outros setores de alta emissão: 50% dos PADs atualizados do G-20 têm metas para o setor de energia e 20% para o de transporte.

Alcançar as emissões líquidas zero será impossível sem uma revisão radical do setor agrícola, então os investidores estão pedindo clareza aos líderes mundiais sobre o papel que esse setor terá em seus planos de descarbonização caso os trilhões necessários para a transição de baixo carbono sejam desbloqueados com sucesso.

A declaração é intitulada ‘Onde está a carne’, já que o setor agrícola inclui a produção de carne, o elemento de maior emissão da pecuária, que sozinho é responsável por 15% de todas as emissões de gases de efeito estufa.

O setor agrícola como um todo está atualmente exposto a riscos climáticos potencialmente preocupantes. A análise mostra, por exemplo, que 40 das maiores empresas de carnes do mundo enfrentam perdas de até US$ 11 bilhões com a tributação potencial do carbono.

A coalizão também destaca que a falta de metas nacionais claras está desestimulando a ação climática das empresas agrícolas. À medida que o cenário regulatório global se move para acelerar a descarbonização, “metas nacionais claras para a agricultura levarão a uma transição mais oportuna e melhor administrada para todos”, diz.

Finalmente, a coalizão também incentiva os países a avançarem em direção à transição para dietas mais saudáveis ​​e sustentáveis ​​que melhorem a saúde humana, incorporando opções de proteínas mais sustentáveis.

Trezentas e quarenta milhões de toneladas de carne são produzidas mundialmente a cada ano, três vezes mais o que era produzido há 50 anos.

Fonte: FAIRR