As mudanças climáticas aumentaram o risco de seca em “ao menos 20 vezes” durante o verão passado no hemisfério norte, segundo relatório científico do World Weather Attribution (WWA). As infomrações são da Folha.
A última seca afetou várias regiões da Europa, China e Estados Unidos, impactando o setor agrícola em dezenas de países, com colheitas em baixa e dificuldades que repercutiram nos mercados mundiais.
Além de atingir severamente a agricultura, essa situação também favoreceu os incêndios florestais e prejudicou a geração de eletricidade, em particular a de origem hídrica e nuclear.
Por causa das ondas de calor no hemisfério norte (fora das regiões tropicais), a probabilidade de seca se multiplicou em um fator de “ao menos 20”, de acordo com o relatório.
Isso significa que a um metro de profundidade, os solos florestais e agrícolas sofrem uma carência de água que afeta as raízes das plantas de forma acentuada.
De acordo com o estudo, a seca, em vez ocorrer a cada 400 anos ou inclusive prazos mais longos como no passado, agora pode acontecer a cada 20 anos por causa do clima.
“O verão de 2022 demonstrou como as mudanças climáticas causadas pelo homem aumentam os riscos de seca agrícola e ecológica em regiões agrícolas e densamente povoadas do hemisfério norte”, destacou Sonia Seneviratne, professora do Instituto para a Ciência Climática e Atmosférica em Zurique, coautora do estudo.
“Temos que parar de queimar combustíveis fósseis se quisermos estabilizar as condições climáticas e evitar que esses episódios voltem a se agravar. Serão cada vez mais frequentes e intensos com o aumento do aquecimento”, acrescentou ela.
A temperatura média do planeta aumentou 1,2ºC desde a era pré-industrial, indicam os estudos dos climatologistas. Os especialistas do Centro Comum de Pesquisa europeu tinham calculado que no verão passado a seca havia sido “a pior dos últimos 500 anos”.