O Brasil levou um “puxão de orelha” na Organização Mundial do Comércio por conta do descontrole do desmatamento. De acordo com o Valor, durante o exame periódico da política comercial brasileira na entidade, representantes de outros países-membros ressaltaram a importância do combate à destruição florestal como fator para atrair novos investimentos internacionais ao país nos próximos anos.
Reino Unido e Suíça, por exemplo, pediram ao próximo governo mais cuidado com a proteção do meio ambiente e dos Povos Indígenas. “A abertura comercial deve ir de mãos dadas com considerações para o desenvolvimento sustentável”, afirmaram representantes suíços na OMC. Além do desmatamento, os parceiros comerciais também destacaram a importância de uma simplificação no regime tributário.
A União Europeia afirmou que vai encorajar o Brasil a enfrentar uma série de desafios ambientais, notadamente para “reverter a tendência atual de aumento do desmatamento, e para assegurar que o comércio não sirva como um motor para tal desmatamento”.
Como Lúcia Müzell assinalou na RFI, o cenário inicial do próximo governo será desafiador: além do ritmo elevado de desmate, a falta de verba e de pessoal devem dificultar a ação nos primeiros meses de gestão.
Por exemplo, o PLO para 2023 apresentado pelo governo Bolsonaro prevê quase R$ 3 bilhões para o Ministério do Meio Ambiente, valor 6,2% menor que em 2022. Assim, será fundamental destravar alternativas de financiamento, como o Fundo Amazônia e outros mecanismos internacionais.