Por Thays Amorim
MATO GROSSO – Em seu discurso de abertura na 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, 21/9, em Nova York, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) ressaltou a legislação ambiental do Brasil, afirmando que grande parte da vegetação nativa do país está “preservada”.
“Nossa moderna e sustentável agricultura, de baixo carbono, alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e utiliza apenas 8% do território nacional. Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa quanto a nossa. Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países”, afirmou.
Ao defender a política ambiental do país, o chefe de Estado reiterou que o Brasil mantém 66% de sua vegetação nativa, o que não quer dizer que a área esteja preservada.
“O Brasil é um país com dimensões continentais, com grandes desafios ambientais. São 8,5 milhões de km², dos quais 66% são vegetação nativa, a mesma desde o seu descobrimento em 1500. Somente no bioma amazônico, 84% da floresta está intacta, abrigando a maior biodiversidade do planeta. Lembro que a região amazônica equivale a toda área da Europa ocidental”, pontuou.
Bolsonaro reiterou ainda a antecipação em 10 anos, para 2050, do compromisso de alcançar a neutralidade climática e reforçou o convite para que os líderes das nações presentes no encontro visitem o Brasil.
“Na Amazônia tivemos uma redução de 32% no desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior. Qual país do mundo tem uma política de preservação ambiental como a nossa? Os senhores estão convidados a visitar a nossa Amazônia”, apontou.
No entanto, nos meses de março, abril, maio e junho deste ano, os números foram os mais altos do registro histórico. Assim, apesar da queda em agosto, o desmatamento acumulado nos 8 primeiros meses de 2021 ainda se mantém no alto patamar registrado no mesmo período em 2020.
Um dos pontos polêmicos de sua fala foi a afirmação de que o Brasil recuperou a “credibilidade externa”, quando hoje o mundo assiste com lupa e apreensão aos frequentes índices de desmatamento na Amazônia e no Centro-Oeste. Muito recentemente foi obrigado, inclusive, a trocar seu chanceler.