A chuva que caiu no fim de semana e a queda da temperatura ajudaram a conter novos incêndios no Pantanal, mas, apesar da redução no número de focos, o trabalho segue intenso. Na noite de sábado, 10/8, quatro regiões do Mato Grosso do Sul ainda registravam queimadas e demandavam operações contra o fogo e focos de calor, segundo o Corpo de Bombeiros.
Segundo Campo Grande News, Midiamax e Correio do Estado, no fim de semana ainda havia incêndios em Miranda, próximo à Salobra, ao longo da BR-262; na Serra do Amolar; nas proximidades de Paiaguás; e em Passo da Lontra, na Estrada Parque. No Mato Grosso ainda havia 3 focos ativos.
Apesar do recuo pelo “refresco” meteorológico, a preocupação continua com o fogo subterrâneo (turfa), destaca o g1.
“A presença de nuvens pode prejudicar a detecção de focos de calor por satélites, mascarando a real extensão dos incêndios. Além disso, o fogo pode persistir em camadas mais profundas do solo, como a turfa, reacendendo em condições climáticas favoráveis”, explicou o especialista em geoprocessamento da Operação Pantanal Sul, Paulo Simeoni.
O BDQueimadas, do INPE, mostra que 2.112 focos de calor foram registrados no Pantanal nos 10 primeiros dias de agosto. Os números dos primeiros cinco dias deste mês superaram todos os focos registrados em julho. E a parcial para agosto também é superior à média histórica do mês, de 1.478 focos, detalha o Nexo.
Os danos à fauna e à flora continuam crescendo. O incêndio já foi contido no refúgio ecológico Caiman, em Miranda, mas a chuva e o frio do fim de semana não apagaram os troncos em brasa, que continuam ativos. Segundo ((o))eco, o refúgio, um santuário de ararinhas azuis, teve 80% de sua área queimada.
Os incêndios no Pantanal ainda mataram a onça-pintada Gaia, uma das felinas monitoradas pela ONG Onçafari, informa o g1. O animal tinha 60 kg, era monitorado desde maio de 2013 e gerou quatro filhotes.
Na semana passada, a rede de cientistas do clima da World Weather Attribution (WWA) divulgou o 1º estudo de atribuição sobre os incêndios no Pantanal. O estudo mostrou que as mudanças climáticas tornaram as condições que alimentam o fogo – calor, seca e vento – 40% mais intensas e de 4 a 5 vezes mais prováveis no Pantanal ocidental. Para reverter o cenário, os pesquisadores reforçaram a urgência de substituir os combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia e combater o desmatamento.