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Onças-pintadas feridas em incêndios poderão voltar à vida selvagem

Onças-pintadas feridas em incêndios poderão voltar à vida selvagemOnças são vitais para o equilíbrio do Pantanal. Foto: Onçafari

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As queimadas, intensificadas pelas secas históricas que assolaram o Pantanal, têm colocado em risco a vida de diversas espécies, incluindo a onça-pintada, um dos maiores felinos das Américas. Ferida e sozinha, a onça Itapira, de dois anos, foi encontrada buscando refúgio em meio às cinzas. Resgatada pela ONG Onçafari, ela precisou de tratamento para voltar ao seu habit. As informações são da Folha de S. Paulo.

A base Caiman da organização, em Miranda (MS), foi devastada pelos incêndios, com cerca de 85% da vegetação consumida pelo fogo. A falta de dados oficiais sobre a mortandade de animais é preocupante, mas a história da onça Itapira, que reabilitada pela equipe, mostra que a esperança ainda existe. A ONG segue trabalhando incansavelmente para proteger a fauna do Pantanal.

De acordo com a bióloga e coordenadora de Operações da base Caiman do Onçafari, Lilian Rampim, Itapira havia se tornado independente há pouco tempo.

“Ela estava com as patas bem queimadas, quase no terceiro grau. Os bigodes e os cílios também estavam queimados. Quando ela adormeceu, após o lançamento do dardo, sentimos alívio porque parecia ser o primeiro momento em que ela não estava sentindo dor”, explicou.

Resgatada em 7 de agosto, a onça teve a sorte de não ter seus tendões lesionados pelos incêndios. Com as garras intactas, ela recebeu tratamento que envolveu ozonioterapia e laserterapia. Itapira poderá voltar à vida selvagem.

“Itapira precisou de dois meses de cuidado, com tratamento de ponta e troca de curativo para estimular o crescimento de uma pele nova, bem lisa, como a de um bebê. Foi nesse momento que ela começou a ter contato com troncos, com folhas, para voltar a acostumar seu corpo dela àquilo ali. Esse também foi mais ou menos o tempo que o Pantanal teve para se regenerar”, disse Rampim.

Equilíbrio

A onça-pintada é fundamental para o equilíbrio do ecossistema, atuando como predadora de topo de cadeia. Ao controlar a população de suas presas, ela garante a saúde do ambiente.

Situação semelhante à de Itapira ocorreu com Miranda, onça que vivia em uma área vizinha à base Caiman. Ela passou três dias em uma manilha, sem se locomover, antes de seu resgate pelo Onçafari. O animal tinha queimaduras graves nas patas, com larvas nas feridas, e não conseguia se lamber.

Ela recebeu tratamento no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) de Campo Grande (MS) e já foi reinserida ao meio ambiente, sob monitoramento.