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Exploração ilegal de madeira dispara na Bacia do Xingu

Exploração ilegal de madeira dispara na Bacia do XinguMT lidera em extensão de área explorada com extração madeireira. Rui Faquini/ANA

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A exploração ilegal de madeira tem se espalhado rapidamente pela Bacia do Xingu, que pega partes do Mato Grosso e do Pará. Esse crime não só destrói a floresta, como também coloca em risco os povos indígenas, os ribeirinhos e todos que vivem e dependem da região.

Um novo relatório do Observatório De Olho no Xingu mostra que, entre agosto de 2022 e julho de 2023, a extração ilegal de madeira cresceu 19% na área. Foram 126 mil hectares explorados ilegalmente – o equivalente a mais de 120 mil campos de futebol.

O Mato Grosso foi o estado mais afetado. Cerca de 200 mil hectares foram usados para exploração madeireira, sendo que 10 municípios concentram 72% dessa área. Entre eles estão União do Sul, Nova Ubiratã, Marcelândia e Feliz Natal, todos dentro da Bacia do Xingu.

No Pará, o problema também é grave. Só nesse período, foram quase 39 mil hectares usados para retirada de madeira, e quase metade sem autorização. Em muitos casos, o crime acontece dentro de propriedades rurais registradas, mostrando que a fiscalização ainda falha bastante.

A Bacia do Xingu é uma das regiões mais importantes da Amazônia. Ela tem cerca de 51 milhões de hectares de florestas, rios e áreas de Cerrado. É onde está o Corredor de Áreas Protegidas do Xingu, com 26 povos indígenas e centenas de comunidades ribeirinhas. Esses povos ajudam a proteger a floresta e o clima do planeta.

Caminho para outros crimes

Em 2024, mais de 620 km de estradas clandestinas foram abertas só para tirar toras valiosas como ipê, jatobá e cedro. Essas estradas também facilitam o garimpo ilegal, a grilagem de terras e o desmatamento. Os efeitos são tristes: rios represados, peixes mortos, floresta empobrecida e comunidades ameaçadas.

Além disso, os crimes atrapalham a chegada de serviços básicos, como saúde e educação, e aumentam a violência com a entrada de armas e conflitos.

Apesar dos problemas, o relatório mostra que houve avanços importantes. Entre 2022 e 2024, o governo retomou políticas de combate ao desmatamento e intensificou a fiscalização. Isso ajudou a reduzir em 46% o desmatamento na Bacia do Xingu – o menor número em dez anos.

Também diminuiu o desmatamento causado pela grilagem, graças à retirada de invasores das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá. E nas Áreas Protegidas, o desmatamento causado pelo garimpo caiu 40%