Uma pesquisa sobre o perfil da armazenagem agrícola no Brasil realizada com produtores rurais demonstra que 61% dos agricultores não têm estruturas de armazenagem na propriedade. O estudo, conduzido pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-LOG), em parceria com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ouviu mais de mil produtores de todo o País.
Segundo o Esalq-Log, o alto custo de construção, a dificuldade de acesso ao crédito para construção, a falta de capital de giro para manter o negócio e outras prioridades de investimento na propriedade são as principais razões para os produtores não investirem em armazenagem.
Os principais desafios dos produtores com infraestrutura própria, de acordo com o Esalq-Log, são a falta de pessoal qualificado, a gestão da qualidade e umidade, o manejo de pragas e problemas com energia elétrica.
“É notável o aumento do uso de silo-bolsa no Brasil nos últimos anos”, diz o documento.
Segundo a pesquisa, 9,9% dos produtores utilizaram apenas o silo-bolsa, enquanto 9,2% utilizaram a estrutura como complemento de armazenagem. O estudo mostra que 41,2% dos produtores que possuem armazéns próprios guardaram mais de 75% da produção nos silos-bolsa.
De acordo com os produtores, o silo é utilizado para evitar gargalos de transporte durante a colheita, como estratégia para obter melhores preços fora da época de colheita e dispor de um espaço para armazenar com vistas a evitar deixar os grãos a céu aberto.
O Esalq-Log ainda diz que 25,9% dos produtores desconhecem linhas de crédito específicas para armazenagem. Por fim, a pesquisa mostra que as cooperativas são os maiores fornecedores de serviço de armazenagem para os produtores associados (47,1%) e empresas de armazenagem (33,4%). Segundo o Esalq-lOG, a distância média entre a fazenda e o armazém contratado no Brasil é de 35,1 km.
Fonte: Estadão Conteúdo