Produtores rurais adeptos de práticas que não prejudicam o meio ambiente deverão estar entre os grandes beneficiados do Plano Safra, com redução de juros na concessão de crédito. Essa é a projeção da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
“Estamos trabalhando para que o Plano Safra possa ser apresentado em meados de junho, todo ele com uma agricultura de baixo carbono”, adiantou a ministra, que participou na terça-feira, 30/5, de forma virtual, de evento do Insper sobre economia verde.
Marina disse que o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, está conduzindo essa agenda com os Ministério do Meio Ambiente, Fazenda e Desenvolvimento Agrário.
“Queremos começar um processo de transição, em que se inicia com o que é basal (…), e depois o plano inteiro será assim”, afirmou.
A ministra deu um exemplo de que para o produtor conseguir acesso ao Plano Safra, o básico será que a propriedade rural tenha Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que o imóvel não esteja sobre unidades de conservação.
“Fiz uma metáfora ao ministro Fávaro, que o Plano Safra poderia ter uma gradação, com os produtores que estão aderindo ao programa e iniciando a cumprir com a trajetória de transição, que seriam os A. Depois viriam os AA e os AAA. A partir de um determinado patamar, se começaria a ter um redutor de juros”, adiantou Marina Silva.
Atualmente, o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono) é apenas uma fração do Plano Safra, que se esgota rapidamente.
“A ideia é que toda a agropecuária brasileira será estimulada para ser de baixo carbono, em escala ascendente. Essa é a mensagem que queremos dar de forma clara e forte”, disse ao jornal, João Paulo Capobianco, secretário-executivo do MMA.