No ano passado, 652 agrotóxicos foram liberados no Brasil. Trata-se do maior número da série histórica em 23 anos e alta de 16% em relação a 2021. As informações são do G1
Deste total, 43 são inéditos, o que também é um recorde para um ano na série histórica. Quanto à destinação dos produtos, 35 foram para uso dos agricultores e oito para indústrias.
Em 2022, dentre os 35 agrotóxicos liberados aos produtores, 22 foram considerados muito perigosos ao meio ambiente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os dados são da Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA), do Ministério da Agricultura (Mapa).
Desde 2016, a aprovação de novos agrotóxicos no país vem crescendo e um dos motivos está relacionado a uma reorganização, naquele ano, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que analisa os riscos dos agrotóxicos à saúde humana.
Uma das mudanças foi a atração de servidores de outras áreas da Anvisa para o setor de agrotóxicos, por exemplo, com o objetivo de acelerar as análises.
Passando a boiada
O governo de Jair Bolsonaro liberou 2.182 agrotóxicos entre 2019 e 2022. Em reunião ministerial vazada, o até então ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, afirmou que utilizaria a pandemia para “passar a boiada” nas leis ambientais. A gestão também atingiu recorde em aprovar agrotóxicos inéditos (98) e de produtos biológicos (366).