Em 20 anos, a aplicação pesticidas nas lavouras na América do Sul dobrou, o que faz do continente o campeão na utilização do produto em todo o mundo. Em 202,0 foram consumidas 770.393 toneladas de agrotóxicos na região: 119,4% a mais do que em 1999.
As informações são do Atlas dos Agrotóxicos, organizado pela Fundação Heinrich Böll, da Alemanha, em parceria com organizações francesas, e foram divulgadas na terça-feira, 16/5, no jornal francês Libération, publicadas pelo g1.
O recorte do Brasil também é preocupante. O atlas aponta que “49% dos agrotóxicos vendidos no País são extremamente perigosos para a saúde humana, animal e para os ecossistemas”.
O jornal cita como exemplo o limão verde produzido no País. Recentemente, uma organização não governamental estrangeira revelou que das 50 amostras das frutas brasileiras importadas, vendidas em supermercados europeus, quase todos os exemplares continham resíduos de agrotóxicos proibidos na Europa.
A publicação lembra o peso das quatro maiores empresas de agrotóxicos do mundo – Syngenta, Bayer, Corteva e BASF –, que controlam 70% do mercado internacional.
A reportagem destaca que em dezembro de 2022, a maioria dos cidadãos franceses (88%) e alemães (82%) se manifestaram a favor da proibição do uso de agrotóxicos, de acordo com uma pesquisa do instituto Ipsos.
Mas não é só isso, cada vez o mercado exige boas práticas na agricultura. Nesta semana, como mostramos no Gigante 163, a União Europeia aprovou uma legislação regulariza seu comércio internacional proibindo produtos ligados a desmatamento e reforçando o compromisso do bloco com práticas sustentáveis.