Na segunda-feira, 30/10, Brasil e Indonésia celebraram acordo técnico para o desenvolvimento de vacinas contra a febre aftosa. A assinatura aconteceu após a reunião do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, com o ministro da Agricultura da República da Indonésia, Andi Amran Sulaiman, em Jacarta.
O acordo firmado serve como diretriz de implementação para certificar o fornecimento de matérias-primas e materiais intermediários para a produção de vacinas contra a doença; gerenciar e certificar a transferência e a validação da tecnologia empregada no desenvolvimento de isolados locais para a produção das vacinas e kits de diagnóstico na Indonésia e aumentar a capacidade de produção e teste de vacinas locais.
Além disso, visa estabelecer meios para apoio técnico-científico para o controle e erradicação da febre aftosa com base na experiência do Brasil. No país, o último foco da doença ocorreu em 2006 e todo o território do país é reconhecido internacionalmente como livre da febre aftosa (zonas com e sem vacinação) desde 2018.
Durante o encontro foi estabelecida a criação de grupo técnico entre os países para tratar dos assuntos de interesse do setor agrícola, especialmente na cooperação científica.
Cooperação agrícola
Ainda na segunda-feira, Fávaro e o embaixador do Brasil na Indonésia, George Prata, se reuniram com o vice-ministro de Relações Exteriores indonésio, Pahala Mansury para tratar do fortalecimento e ampliação das relações comerciais e de cooperação técnico científica entre os países.
Na reunião, foram discutidas as possibilidades comerciais e a simplificação do modelo de exportação.
“Isso garante competitividade e oportunidades tanto pro Brasil como também para povo da Indonésia, que vai ter a chance de ter acesso a produtos de qualidade com preços mais acessíveis, uma porta extremamente positiva”, destacou o ministro.
Outro ponto discutido na reunião foi sobre o investimento do país asiático no processo de autossuficiência na produção de cana de açúcar. Desta forma, investe também na utilização do etanol na matriz energética.
Em novembro do ano passado a Indonésia aprovou a adição de 5% de etanol à gasolina – medida que só está em vigor em uma província atualmente. No entanto, o país pretende promover o aumento gradual da mistura até 30% em 2040 e, neste ponto, busca a cooperação técnica com o Brasil.
O vice-ministro da Indonésia declarou que o Ministério das Relações Exteriores buscará se integrar ao grupo de trabalho criado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério da Agricultura da Indonésia para avanço das tratativas bilaterais.
Pecuária
Em mais uma agenda produtiva em Jacarta, a delegação do Mapa também conversou com a Associação dos Confinadores de Gado (Gapuspindo) .
Aberto em agosto deste ano pela Indonésia, o mercado de exportação de gado em pé é bastante relevante para a pecuária brasileira. O país asiático importa mais de 600 mil cabeças por ano e pretende aumentar as relações comerciais com o Brasil.
Apesar da regulamentação em vigor que permite a exportação do gado brasileiro, a associação busca alternativas para intensificar as relações comerciais entre os empresários do setor.
O presidente da Gapuspindo, Didiek Purwanto, lembrou que, além do aumento da população da Indonésia, o controle de doenças no Brasil o torna um grande exportador de carnes. A importação do gado vivo visa a recomposição do rebanho da Indonésia e o melhoramento genético.
Atualmente, a Indonésia importa principalmente da Austrália. No entanto, o Brasil possui um rebanho de cerca de 200 milhões de cabeças com características muito similares e adaptáveis ao clima do gado da Indonésia. Também há o interesse no rebanho de gado leiteiro.
Fonte: Mapa