Mais quatro Estados atenderam a recomendação do Ministério da Agricultura e declararam emergência zoossanitária em virtude dos casos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) detectados no País. A medida foi adotada por Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Tocantins e tem validade de 180 dias. Na última sexta-feira, 21/7, Santa Catarina já havia declarado a entrada na fase de emergência.
As medidas adotadas pelos governos estaduais seguem orientação do Ministério da Agricultura, que recomendou na última quinta-feira que Estados declarem emergência zoossanitária para poderem acessar recursos da União para conter o avanço da gripe aviária.
O governo federal já havia declarado emergência zoossanitária em todo o território nacional em 22 de maio, o que possibilitou a liberação de R$ 200 milhões em recursos direcionados para ações de controle e combate à influenza.
O governo de Mato Grosso do Sul afirmou, em nota, que, mesmo sem focos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), o Estado irá reforçar as ações preventivas e de monitoramento para evitar a entrada do vírus a partir da emergência zoosanitária. Em junho, o Estado havia decretado “estado de alerta” para a doença, após a confirmação do vírus nos países vizinhos.
“Estamos desde fevereiro com barreiras sanitárias em Corumbá. Inclusive, junto com a Avimasul (Associação de Avicultores), colocamos o arco sanitário para desinfecção de caminhões. Agora estamos com barreiras na fronteira com o Paraguai. Portanto, aqui no Estado já estamos estabelecendo medidas sanitárias desde fevereiro”, disse o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, na nota.
O Estado solicitou ao governo federal o aporte de R$ 2,7 milhões para reforçar as barreiras sanitárias e as unidades móveis de fiscalização e para gestão do Sistema de Monitoramento, Avisos e Ações que é de responsabilidade do (Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas de Mato Grosso do Sul).
Tocantins, que também segue livre da doença no plantel, afirmou que o Estado de emergência visa garantir a “efetividade de medidas de prevenção e enfrentamento” e reforça o alerta para a eventual entrada do vírus no Estado. Segundo nota da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) do Estado, a declaração possibilitará acesso aos recursos financeiros federais, logística e demais materiais necessários para execução das ações preventivas.
“A medida assegura mais agilidade e atenção a uma doença que pode causar grandes prejuízos econômicos caso afete aves comerciais”, disse o presidente da Adapec, Paulo Lima, na nota.
A agência lembra que a rota “Brasil Central” de aves migratórias, que compreende os rios Araguaia e Tocantins, utilizados para produção das aves, passa pelo território do Estado.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, informou que a ação foi tomada após agenda com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e demais governadores na última semana. O Estado possui 29 casos confirmados da doença, sendo 28 em aves silvestres e um em produção de subsistência, chamado de criação doméstica.
A Bahia publicou decreto semelhante no último sábado, 22/7, e justificou que a medida segue “acordo nacional” entre o ministério e os Estados.
De acordo com o governo, a Bahia faz parte de uma das principais rotas migratórias de aves silvestres que atravessam o continente, a Rota Nordeste Atlântica. Até o momento, o Estado acumula quatro casos registrados em aves silvestres.
Fonte: Estadão Conteúdo