A safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 308,9 milhões de toneladas, 45,7 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2022, um aumento de 17,4%.
Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de julho, divulgado nesta quinta-feira, 10/8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado é 1,6 milhão de toneladas maior que o previsto no levantamento anterior, de junho, uma alta de 0,5%.
Conab
Também na quinta-feira, 10/8, foi divulgado o 11º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com a empresa pública, a produção brasileira de grãos na safra 2022/23 deve atingir 320,06 milhões de toneladas, um incremento de 17,4% em comparação com o ciclo anterior 2021/22, ou 47,4 milhões de toneladas a mais.
Conforme comunicado, esse resultado é reflexo da combinação dos ganhos de área e de produtividade das lavouras. Enquanto a área apresenta uma alta de 5% em relação à safra 2021/22, alcançando 78,3 milhões de hectares, a produtividade média registra uma elevação de 11,8%, saindo de 3.656 quilos por hectare para 4.086 kg/ha.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, disse na nota que o volume de 320,1 milhões de toneladas se deve, principalmente, “ao avanço da colheita do milho segunda safra que vem apresentando produtividades superiores às inicialmente previstas, aliado ao melhor desempenho das culturas ainda em campo. Portanto, reforça o recorde da safra brasileira de grãos”.
Grãos e algodão
A colheita do milho segunda safra continua avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra de milho ultrapassa 100 milhões de toneladas, a maior produção já registrada na série histórica, disse a Conab.
Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares, de modo geral, favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. Com o bom desempenho, a colheita total do cereal está projetada em aproximadamente 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada.
Para o algodão, a Conab prevê uma produção de 7,4 milhões de t para o produto em caroço, o equivalente a 3 milhões de toneladas de pluma. A colheita, iniciada em junho, fechou em julho com cerca de 30%, um atraso em relação à safra anterior, quando no mesmo período atingia 49,3%. As condições climáticas vêm favorecendo as lavouras, que apresentam um bom desenvolvimento.
Já o feijão deve ter uma colheita 2,6% superior ao resultado obtido no ciclo 2021/22, estimada em 3,07 milhões de toneladas. Na terceira safra, as condições climáticas vêm favorecendo o desenvolvimento das lavouras, onde prevalecem os estádios de floração, enchimento de grãos e maturação.
Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões de toneladas e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, destaques para Mato Grosso, maior produtor do grão no País, com 45,6 milhões de toneladas, e para a Bahia, Estado com a com a maior produtividade com 4.020 kg/ha, resultado do bom pacote tecnológico e condições climáticas extremamente favoráveis. Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de uma área 8,5% inferior.
Dentre os produtos de inverno, a semeadura das culturas foi praticamente finalizada em julho, informa a estatal. Principal cultura cultivada, o trigo registra um crescimento na área plantada de 11,2%, chegando a 3,4 milhões de hectares. Com isso, a produção está estimada em 10,4 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido na safra anterior.
Fonte: Estadão Conteúdo