Um novo relatório, divulgado nesta terça-feira, 23/8, coloca Mato Grosso mais uma vez em uma posição nada honrosa, o de campeão em ocorrências de conflito no campo no centro-oeste brasileiro. Em 2021, foram 108 casos, que envolveram 13.030 famílias. Dentre esses conflitos, 240 famílias foram expulsas por pistoleiros das terras onde viviam, e 150 foram despejadas pela Justiça.
No ano passado, nenhuma região do Mato Grosso ficou livre de ações violentas no campo. E quem mais sofreu foram disparados os povos indígenas (48 conflitos), seguidos pelos sem-terra (11) e assentados (8).
Já os principais causadores de conflitos foram os fazendeiros, responsáveis por 15 casos, seguidos por grileiros (11 conflitos), madeireiros (9 conflitos), e o governo federal (7 conflitos).
No Estado, os conflitos advindos de madeireiros e garimpeiros cresceram 200% em relação a 2020.
Essas, entre outras, informações fazem parte relatório Conflitos no Campo Brasil 2021, lançado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) Regional Mato Grosso. É a 36ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro, bem como indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais do campo, das águas e das florestas.
A partir da análise dos dados de conflitos no campo em 2021, a CPT Regional Mato Grosso aponta uma diminuição na violência contra as pessoas, apesar dos números continuarem elevados. Em contrapartida, houve aumento da violência contra as ocupações e posses das famílias.
“O que torna mais desumano em um período de alta inflação, desemprego e pandemia, pois foram inúmeros casos de destruição de moradias de famílias do campo, assim como bens domésticos. Também foram destruídas plantações nos roçados”, afirma o documento
Chama atenção, como o Gigante 163 já alertou aqui, como uma economia tão pujante, que abriga 35 municípios no Ranking dos 100 mais ricos do Brasil na produção agropecuária, conviva com níveis tão altos de violência contra a parcela mais vulnerável do seu povo.
Será que toda essa brutalidade não chegará a comprometer, num futuro próximo, o agronegócio?
Para ver o relatório completo clique aqui.
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