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O que o fim do fenômeno La Niña pode reservar para o centro-oeste

O que o fim do fenômeno La Niña pode reservar para o centro-oesteTempestades marcaram os três anos de La Niña. Foto: Pexels

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Após três anos de duração, o fenômeno La Ninã chegou ao fim, conforme previsto pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A informação foi confirmada pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) na quinta-feira, 9/3. Com isso, a expectativa é que o Oceano Pacífico permaneça em neutralidade durante o outono e início do inverno de 2023 no Hemisfério Sul.

O NOAA destacou ainda que os próximos meses serão determinantes para a confirmação do novo fenômeno climático. O período atual, de acordo com a publicação, é justamente quando os modelos têm mais dificuldade em fazer previsões precisas.

Com o fim do fenômeno, as previsões dos modelos de TSM indicam uma transição do La Niña para uma condição de neutralidade nos próximos meses. A condição de neutralidade no Oceano Pacífico Equatorial deve permanecer durante o outono e início do inverno.

As previsões a mais longo prazo indicam um aumento nas chances de configuração de um evento de El Niño entre o final do inverno e início da primavera de 2023. Porém, é importante ressaltar que, quanto mais distante o alcance das previsões, maiores são as incertezas.

Agronegócio

De acordo com a meteorologista da Climatempo, Nadiara Pereira, um evento clássico de El Niño está relacionado à forte potencial para tempestades e excesso de umidade, que também podem ser prejudiciais para o desenvolvimento dos cultivos de verão e a colheita dos cultivos de inverno.

“Se a mudança de sinal se confirmar para o segundo semestre de 2023, os padrões de precipitação para a próxima safra podem ser bem diferentes em relação aos três últimos anos, que foram impactados pela La Niña”, alerta Pereira.

E no Centro-Oeste?

Na maior parte do Sudeste e do Centro-Oeste, os efeitos do fenômeno não são tão marcados, segundo o Climatempo, mas o El Niño proporciona uma atmosfera mais quente e as chuvas durante o verão costumam ocorrer preferencialmente na forma de pancadas (tempestades mais intensas e rápidas) e em contrapartida os episódios de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) são menos frequentes.

El Niño na segunda safra de milho

De acordo com a empresa de meteorologia, diferente do La Niñ,a que normalmente provoca um encurtamento do período chuvoso, o El Niño diminui o risco para o atraso do retorno das chuvas sobre o interior do Brasil no início da primavera, o que beneficia o plantio de grãos no período ideal e reduz o risco de corte das chuvas mais cedo no outono seguinte, beneficiando também a segunda safra do milho.

La Niña e El Niño

O La Niña é um fenômeno oceânico caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial e de mudanças na circulação atmosférica tropical, impactando os regimes de temperatura e chuva em várias partes do globo, incluindo a América do Sul.

Já no El Niño, ocorre o aquecimento das águas superficiais em áreas do Oceano Pacífico Equatorial.

Fonte: InMet e Climatempo