O novo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que todos aqueles que querem construir um agro cada vez mais forte, sustentável, que respeite o meio ambiente e cumpra as regras terão as portas abertas no governo.
“Minha missão é reconstruir essa ponte junto com o presidente Lula, com a ministra Marina Silva e todos os outros ministérios”, disse ele, em entrevista à revista Veja.
Uma ponte que foi destruída por bombardeios de fakenews, segundo o ministro, e acabaram por criar uma forte resistência do setor em relação ao presidente.
“Lula já foi presidente da República e não retirou o direito de propriedade de ninguém, não taxou as exportações, não vai compactuar com invasões ilegais e não vai impedir o fazendeiro de ter uma arma para se defender”, garantiu.
Por isso, Fávaro é favorável a uma punição rigorosa de empresários do agronegócio acusados de financiar o terrorismo que destruiu os prédios dos Três Poderes, em Brasília. Para ele, os agricultores que desmatam e tocam fogo ilegalmente são os mesmos que atentaram contra a nossa democracia no já fatídico 8 de Janeiro.
Na opinião do ministro, o ataque aconteceu por aqueles que “lá no fundo” queriam a continuidade da “política da ilegalidade, do ‘passa-boiada’, do deixar a coisa frouxa em relação ao meio ambiente, com a aquiescência do governo anterior”.
“Vale ressaltar que mais de 95 % dos produtores fazem o certo. Os que fazem tudo errado são minoria”, lembrou.
Uma minoria que, na opinião do ministro, foi responsável por manchar a imagem do agronegócio no mundo, nos últimos quatro anos, e cabe a ele reconstruir.
“O Brasil não está respeitando o Código Florestal e isso precisa ser corrigido. Nosso país virou um pária mundial em relação às políticas ambientais. Já estamos começando a sofrer sanções internacionais por conta disso. Temos de resgatar a consciência de que é preciso respeitar o meio ambiente. Não porque o mundo quer, mas porque precisamos. Só assim vamos abrir ainda mais os mercados internacionais para os nossos produtos”.
Invasões de terra
Na entrevista, o ministro da Agricultura também tranquilizou os empresários do agro, que temem por invasões de terra.
“Isso não vai acontecer. Recebi recentemente a garantia de que eles não farão isso”, afirma.
Fávaro explica que a lei garante que terra produtiva invadida não é passível de reforma agrária.
“Pode ter certeza de que o presidente Lula, eu e a Justiça vamos cuidar disso. Invadiu, a Justiça manda fazer reintegração de posse e o estado cumpre. A lei serve para o MST, para os fazendeiros e para todos os brasileiros”.
Fome
Outro tema importante tratado pelo ministro na entrevista foi a contribuição que o agro pode dar para combater a fome no Brasil: produzindo mais alimentos para evitar a disparada dos preços e aumentando a renda dos brasileiros com oportunidades de trabalho.
“Você já imaginou se nós aumentarmos em vinte anos, a cada ano, a partir de 2023, 5% dessa área? Trata-se de um crescimento chinês. Seriam 5% a mais nos empregos na indústria para produzir trator, colheitadeira, insumos e fertilizantes. Seria um aumento de 5% na indústria de peças. E também 5 % a mais dos empregos dentro das propriedades. Só com o aumento da renda nós vamos superar a fome”, afirmou.
Compromisso
O Gigante 163 reafirma seu compromisso em ser para os empresários do agronegócio uma fonte de notícias apartidária, que não cobre política, mas não deixa de informar tudo que importa para o produtor rural. Um setor tão importante para o desenvolvimento do Brasil não pode ser usado como massa de manobra por políticos.