Desde 2021, a fabricação de adubos voltou a crescer no Brasil. No ano passado, a produção aumentou 3,3% em comparação com o ano anterior e chegou a 7,4 milhões de toneladas. Os dados divulgados nesta semana pela Anda, entidade que reúne empresas do segmento, foram publicados no Valor Econômico. As entregas para os produtores brasileiros somaram 41 milhões de toneladas. Mas a produção local é baixa em comparação com o consumo, e o setor vem passando por mudanças.
Levando em conta a projeção de aportes na década, existe tendência de alta. Um levantamento divulgado pelo Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert) mostrou que pelo menos oito companhias planejam investir cerca de R$ 21 bilhões em novas fábricas, aumento de capacidade e reativação de plantas.
Importações
A dependência brasileira do mercado externo é alta – cerca de 90% do consumo – e crescente. Produzir as matérias-primas sempre foi um desafio no Brasil, considerados, especialmente, o preço da energia para os nitrogenados e a qualidade de reservas minerais, sobretudo em potássio.
O cenário econômico internacional, impactado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, evidenciou a fragilidade do abastecimento interno, acrescentou Bernardo Silva, diretor-executivo do Sinprifert.
“O Brasil tem plenas condições para viabilizar uma produção nacional forte e estruturada”, avaliou.
Os agentes desse mercado, mesmo os que estão fora do elo industrial, acreditam que o Plano Nacional de Fertilizantes, lançado ano passado pelo governo federal, pode contribuir para a resolução de gargalos. Maior produtor agrícola do País, Mato Grosso anunciou esta semana que deve elaborar uma Política Estadual de Fertilizantes. A expectativa do sindicato é como o atual governo vai lidar com essas questões. Quando viajou para a Argentina, no início do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou-se atento a questões ligadas ao setor ao abordar soluções como um aporte no gasoduto de Vaca Muerta.
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