O potencial do Estado de Mato Grosso para a produção de alimentos esbarra, para algumas culturas, na falta de informação e de tecnologias apropriadas para as condições locais. Para a citricultura, a falta de porta-enxertos resistentes à doença fúngica gomose era um limitante.
Mas, essa realidade começa a mudar com uma pesquisa coordenada pela Embrapa, em parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), a Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e a Prefeitura de Guarantã do Norte.
A primeira fruta a ter resultados mais consistentes é a lima ácida tahiti, conhecida pelos consumidores como limão tahiti. Dois experimentos realizados em Sorriso (MT) e Guarantã do Norte (MT) confirmaram que as características da copa são determinadas pelo porta-enxerto, porém, os frutos não sofreram influência.
Os ensaios geraram informações importantes sobre porta-enxertos que proporcionam maior vigor vegetativo e volume de copa. Já a avaliação dos frutos mostrou que eles possuem as características desejadas pela indústria e pelo mercado internacional, possibilitando não só o atendimento ao mercado local, como também a exportação.
Os experimentos foram instalados em 2016, nos campi do IFMT nos dois municípios: em Sorriso, no bioma Cerrado, e em Guarantã do Norte, no bioma Amazônia. Após seis anos de pesquisa, aqui estão as conclusões:
- Materiais resistentes à doença gomose possibilitam a produção de limão tahiti por pequenos agricultores em região importadora do fruto.
- Porta-enxertos testados não apresentaram sintomas de gomose.
- Características dos frutos não foram influenciadas pelo porta-enxerto.
- Frutos produzidos em Mato Grosso atendem aos requisitos demandados pelo mercado.
- Pesquisa em parceria com IFMT proporciona oportunidade de aprendizado para estudantes.
Fonte: Embrapa