Por André Garcia
As chuvas que vem atrasando os trabalhos de semeadura de milho e algodão ao longo de janeiro em Mato Grosso devem voltar à normalidade no próximo mês. A notícia é boa, mas deve ser encarada com cautela pelo produtor.
Ao Gigante 163, o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Mamedes Melo explica que o atual volume de precipitações está ligado ao fenômeno La Niña, que deve perder força a partir de fevereiro.
“No levantamento para o trimestre fevereiro, março e abril, a condição é de que a chuva fique dentro da normalidade em grande parte do Estado, com exceção do Centro Norte, onde pode ficar ligeiramente abaixo da média”, diz.
Registradas em quase todo território mato-grossense, estas chuvas são consideradas irregulares e têm sido responsáveis por limitar a colheita de soja, o que, automaticamente, impede o plantio das outras duas commodities.
Para se ter ideia, de acordo com o Instituto de Economia Agropecuária de Mato Grosso (Imea), até o dia 20 foram semeados 25,47% da área destinada para a fibra e 2,22% para o cereal, o que preocupa quem está atento à janela ideal de plantio.
Comparando o ritmo dos trabalhos nas lavouras de milho segunda safra no ciclo 2021/22, há um atraso de 7,49 pontos percentuais. No caso do algodão, os trabalhos estão 14,98 pontos percentuais atrasados em relação ao mesmo período do ano passado.
Neste contexto, Mamedes alerta para o fato de que, quando analisados separadamente, os meses fevereiro, março e abril ainda mostram possibilidade de chuvas irregulares distribuídas em quase todo o território.
“Mesmo que o fenômeno não esteja mais atuando, as irregularidades podem acontecer. Nestes dois últimos meses pode haver mudanças, já que a previsão foi feita ainda sob a atuação do La Niña”, conclui o meteorologista.
LEIA MAIS: