Entre as culturas mais prejudicadas destaca-se o milho. A produção total deve atingir 86,65 milhões de toneladas, queda de 15,5% em comparação com 2019/20 (102,59 milhões de t). A primeira safra, de verão, está projetada em 24,9 milhões de t (-11% ante 25,69 milhões de t em 2019/20). A segunda safra, ou de inverno, deve ser de 60,32 milhões de t (-19,6% ante 75,05 milhões de t). A terceira safra, cultivada no Norte/Nordeste, pode alcançar 1,43 milhão de t (-22% ante 1,84 milhão de t).
Conforme a Conab, apenas para a segunda safra do cereal, a queda na produtividade estimada é de 25,7%, uma previsão de 4.065 quilos por hectare. A estatal destaca que a redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, atingindo 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal Estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal.
Com a colheita encerrada, a soja apresenta uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção desta safra 2020/21. Desta forma, o Brasil se mantém como maior produtor mundial da oleaginosa com uma colheita recorde de 135,9 milhões de toneladas, 8,9% maior em comparação com 2019/20 (124,84 milhões de t).
Para o arroz, a produção neste ciclo teve crescimento de 5% em relação ao período anterior, chegando a 11,74 milhões de toneladas ante 11,18 milhões de t em 2019/20.
Já em relação ao feijão, as atenções se voltam para a cultura de terceira safra, que está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2,94 milhões de toneladas, 8,8% menor que o obtido na safra 2019/2020 (3,22 milhões de t), por causa do impacto da seca nas principais regiões produtoras do País.
A produção de algodão em pluma em 2020/21 deve atingir 2,34 milhões de t, representando queda de 22% em comparação com o período anterior (3 milhões de t).
A Conab ressalta, ainda, o trigo entre as culturas de inverno. Na atual safra a expectativa é que a produção seja de 8,6 milhões de toneladas (aumento de 37,8% ante 2020, quando a produção atingiu 6,23 milhões de t), um novo recorde para o País caso confirmada a estimativa. Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares. No entanto, as condições climáticas das lavouras podem influenciar nos resultados. As consequências das geadas registradas nas principais regiões produtoras nas últimas semanas ainda serão quantificadas pela Conab.
Segundo a Conab, os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram o produto. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também incentivou o cultivo do trigo, por ser um possível substituto para ração animal.