O terceiro trimestre de 2024 foi marcado por um cenário desafiador para a agropecuária brasileira. As condições climáticas extremas, com secas prolongadas e incêndios em larga escala, resultaram em perdas significativas na produção de culturas importantes. O consultor econômico da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e diretor da MB Associados atribui a esse cenário a queda de 0,9% do PIB do setor, divulgado pelo IBGE na terça-feira, 3/12.
“O recuo do PIB do agronegócio no período pode ser atribuído à perda de produtividade de culturas importantes, como a laranja, o milho e a cana-de-açúcar, o que era esperado em função das intempéries e dos incêndios que atingiram muitas lavouras recentemente”, afirmou Vale ao Globo Rural.
Segundo o IBGE, houve queda de 14,9% na estimativa de produção anual da laranja, queda de 1,2% para a cana-de-açúcar e de 11,9% para o milho. Nem o crescimento de produtividade de outras culturas, como o algodão (14,5%) e o trigo (5,3%), foram suficientes para anular o efeito negativo das três commodities, destca o instituto.
A Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil) projeta quebra de pelo menos 9% na safra 2024/25, para 590 milhões de toneladas, e quebra de 1,36% na safra 2025/26, para 582 milhões de toneladas. Isso porque forte estiagem que atingiu o Centro-Sul do país aumentou a incidência de pragas nas lavouras, reduzindo a produtividade da cana-de-açúcar.
O cultivo do milho também foi afetado pelo clima instável durante o seu desenvolvimento, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Durante a primeira safra, as altas temperaturas e chuvas irregulares impactaram importantes regiões produtoras, como Minas Gerais, afirmao g1. Já na segunda colheita, o tempo seco e quente em março e abril, somando a ataques de pragas, comprometeram o potencial produtivo em Mato Grosso do Sul, em São Paulo e no Paraná.
Houve também uma redução na área destinada ao cultivo do grão.