HomeProdutividade

Embrapa quer inserir manejo do solo em avaliação de risco climático

Embrapa quer inserir manejo do solo em avaliação de risco climáticoAbordagem proposta é inovadora. Foto: Alexandre Nepomuceno/ Embrapa

Produtores temem infestação de cigarrinha diante alta incidência de milho tiguera
Queimadas elevam risco de perdas na próxima safra
Bacillus pode ser ferramenta para controle de pragas do algodão, diz Embrapa

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc Soja) é um guia que orienta o plantio do grão para reduzir os riscos causados por condições climáticas adversas. Ele considera fatores como condições meteorológicas e a quantidade de água no solo, por exemplo. Agora, a Embrapa propõe uma abordagem inovadora, que é incluir também o manejo do solo na avaliação de riscos climáticos.

“Entendemos que a qualidade do manejo do solo adotado pelos sojicultores tem enorme potencial em mitigar os riscos de perdas de produtividade por seca, a exemplo das práticas como a adoção plena do Sistema Plantio Direto (SPD)”, disse o pesquisador Júlio Franchini, da Embrapa Soja.

Foram selecionados sete indicadores que refletem a qualidade do manejo e a fertilidade do solo, sob o ponto de vista de maior disponibilidade de água e crescimento radicular.

1. Quantidade de anos sem preparo do solo;
2. Porcentagem de cobertura do solo na semeadura da soja;
3. Diversificação de culturas consideradas nos últimos três anos;
4. Disponibilidade de nutrientes às plantas, na camada de 0-20 cm;
5. Teor de cálcio na camada de 20-40 cm;
6. Ausência de alumínio tóxico na camada de 20-40 cm;
7. Qualidade da estrutura do solo.

Segundo o pesquisador Alvadi Balbinot, três dos indicadores refletem diretamente os pilares que fundamentam o Sistema Plantio Direto (cobertura do solo, mínimo revolvimento e diversificação de espécies vegetais).

“Portanto, o SPD se constitui em uma importante estratégia para mitigar o risco climático relacionado à ocorrência de secas”, explicou.

Adoção do SPD

A prática do Sistema Plantio Direto traz vantagens como a conservação da cobertura do solo, a preservação ou aumento da matéria orgânica e a melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

“Além desses benefícios, o crescimento do sistema radicular tem grande importância para o aumento do reservatório de água disponível durante os períodos de estresse hídrico”, destacou Franchini.

De acordo com a Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto, o SPD está implantado em aproximadamente 33 milhões de hectares no Brasil. No entanto, grande parte dessa extensão não adere completamente aos princípios do sistema, limitando-se à redução mínima da mobilização do solo através da eliminação das operações de preparo.