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Da lavoura ao escritório, mães constroem futuro melhor por meio do agro

Da lavoura ao escritório, mães constroem futuro melhor por meio do agroEliane com as filhas, Carolina e Marília. Foto: Arquivo pessoal

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Por André Garcia

Da lavoura ao escritório, mães com diferentes perfis vem trabalhando para construir um mundo mais saudável e justo, no qual a relação entre seus filhos e a natureza seja mais respeitosa e harmônica. No agronegócio, elas estão espalhadas por diversos cantos, nas mais variadas funções. É o que mostra o Gigante 163 ao contar uma destas histórias.

A engenheira agrônoma Eliane de Oliveira Felten chegou em Canarana, no Mato Grosso, em 1989. Formada pela Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ela já prestou consultoria agrícola, presidiu a comissão que realiza a feira agropecuária local, foi secretária de Agricultura, de Administração e hoje está à frente da Secretaria de Obras, gerindo ainda a Associação dos Representantes de Defensivos Agrícolas do Vale do Araguaia (Ardava).

Aprendeu sobre gestão pública ao mesmo tempo que aprendia a ser mãe de Carolina Oliveira Felten (29) e de Marília Oliveira Felten (26). Foi o que contou à reportagem.

“A vida me trouxe para o lado da gestão pública e hoje eu sou muito feliz fazendo esse trabalho. Como secretária de Obras estou em um cargo tipicamente ocupado por homens. Acho que sou a única secretária de obras do estado e faço isso com muito orgulho”, disse.

A Ardava, a qual ajudou a construir há 20 anos, garante a destinação correta das embalagens de defensivos agrícolas na região. Lá, são prensadas cerca de 1.200 toneladas destes recipientes anualmente.

Para quem não sabe, se descartados incorretamente, eles podem causar sérios danos ao meio ambiente, animais e para a saúde humana, devido aos resíduos químicos presentes nos agrotóxicos.

“É um trabalho que vem para sensibilizar os produtores e que é fundamental na área agrícola. Certamente isso é uma gota d’água nesse universo, mas sei que, junto com o trabalho de todos os outros colegas no Brasil, ele faz diferença para deixar o mundo melhor não só para os meus filhos, mas para os filhos de todos. Estou trabalhando para deixar uma cidade melhor para as pessoas.”

Com as filhas a tiracolo

Foto: AGR Notícias

O relato de Eliane lembra o momento de escolha imposto à maioria das mães, divididas entre a carreira e a família. Foi diante destas condições que resolveu voltar ao mercado de trabalho quando a filha mais nova tinha apenas três meses de idade.

Quando oferecia consultoria agrícola, costumava carregar as garotas pelas fazendas. Se a ausência fosse prolongada, as deixava sob os cuidados do pai.

“Naquele período de regulagem de máquinas eu fazia uma térmica de suco e um pacote de bolachinha e elas iam comigo para lavoura. Era um período de aprendizado para mim e para elas”, lembra.

Desde então ela não parou mais e as rotinas da maternidade e do trabalho continuam se cruzando.

“Fui presidente da comissão da nossa feira agropecuária, aqui de Canarana. Eu tinha que estar envolvida no parque de exposições, então eu as levava junto. Elas também vinham comigo para os eventos que eu tinha que ir à noite como secretária de Agricultura. São momentos em que você tem que achar uma alternativa para poder seguir a tua vida.”

Foto: AGR Notícias

O esforço rendeu bons frutos e Eliane construiu, ao longo dos anos, uma relação de amizade e confiança com Carolina e Marília. Hoje, formadas em Publicidade e Propaganda e Engenharia Hídrica, respectivamente, elas vivem em estados diferentes, mas mantêm a proximidade. E, como não cansam de repetir para a mãe, têm um orgulho enorme de toda a trajetória que trilharam juntas.

“Enquanto fazia isso, estava abrindo a minha cabeça, vendo a necessidade delas, enquanto mulheres, terem uma formação e poderem traçar o próprio caminho. Sei que trabalhei bastante para deixar boas filhas, meninas educadas, que valorizam o ser humano, que tem respeito e que vão cuidar do mundo também.”, conclui.

 

 

 

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