Segundo dados de 2021 do IBGE, Mato Grosso ocupou o terceiro lugar no ranking nacional dos maiores produtores de feijões, com 355,00 mil toneladas produzidas. A leguminosa, que está na mesa da população brasileira, também está na pauta da Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (Sistema OCB/MT), que estuda a viabilidade para as cooperativas agrícolas já estruturadas a investirem em beneficiamento de feijão.
“Contamos com a parceria do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), da Associação dos Produtores de Feijão, Trigo e Irrigantes de MT (Aprofir) e produtores de feijão para estruturar todo processo do beneficiamento do feijão, no modelo de estruturação de cooperativa em Mato Grosso”, disse a coordenadora técnica da OCB/MT, Tainá Heinzmann.
As reuniões do grupo de trabalho são realizadas com o objetivo de demonstrar a viabilidade econômica do negócio e a mobilização de produtores para organização em cooperativas.
“Os estudos realizados apontam que o beneficiamento do feijão por meio das cooperativas pode ser uma alternativa para o produtor aumentar sua rentabilidade com a atividade, uma vez que há descontos no preço do grão quando há a entrega aos cerealista e indústrias de beneficiamento, segundo estudo do Imea realizado em 2021. Com isso, a produção da cultura pode ser incentivada em Mato Grosso, tendo em vista que o Estado tem potencial de incremento de área e previsão de aumento mundial pela demanda da leguminosa nos próximos anos”, explicou a Consultora de Desenvolvimento de Negócios da OCB/MT, Sâmyla Sousa.
Na reunião do dia 12/7, a equipe do Sistema OCB/MT apresentou a “Cartilha informativa sobre à estruturação de cooperativas para beneficiamento de feijão”, para produtores rurais que possuem o interesse em se organizarem em cooperativa para investirem nesse negócio. A cartilha aborda temas como: passos preliminares, etapas para constituição e registro de cooperativas e atuação e benefícios do Sistema OCB/MT.
Viabilidade por cooperativa
A leguminosa tem um ciclo curto de produção, de 75 a 95 dias, podendo ter até três safras ao ano, sendo que a terceira safra, entre os meses de maio a julho, é feita em área irrigada. O ciclo curto do feijão permite que o produtor tenha mais opções do período do cultivo, aproveitando os pivôs usados em outras culturas e, consequentemente, consiga aumentar a rentabilidade.
No levantamento realizado pela equipe técnica, um projeto de instalação de uma indústria de beneficiamento de feijão para um produtor modal da região médio-norte com 150 hectares e uma produtividade de 45,00 sacas/hectares não apresentou viabilidade econômica dentro do período de 15 anos, de acordo com os indicadores analisados. Contudo, para um agricultor que produz em uma área a partir de 254,00 hectares com a mesma produtividade, a instalação da beneficiadora exibiu viabilidade econômica, com um payback de 15 anos.
Já quando analisado o investimento para a cooperativa, o projeto exibe uma viabilidade econômica ainda melhor, com payback a partir de dois anos, com VPL de R$ 11,28 milhões e TIR 83,19%. O que demonstra que, além do investimento ser pago ao longo do horizonte analisado, haveria retorno financeiro para a cooperativa já nos primeiros anos após o investimento.
Fonte: OCB/MT