Anunciada em dezembro de 2015 pelo governo de Mato Grosso por ocasião do Acordo de Paris, a estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI) foi lançada com o objetivo de desenvolver a produção agrícola, preservar o meio ambiente e apoiar os pequenos produtores no Estado por meio de parcerias público-privadas com nomes da dimensão da Marfrig ou Carrefour.
Desde o seu lançamento, a PCI já foi responsável por colaborar na conversão de mais de 10 milhões de hectares de pastagens degradadas em lavouras de grãos, conservar mais de 60% da vegetação nativa mato-grossense e cadastrar mais de 40% dos produtores familiares do Estado na Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), mas com metas mais ambiciosas até o ano de 2030.
Para entender melhor como a PCI funciona e como ela pode melhorar a agricultura mato-grossense enquanto protege o meio ambiente, o Gigante 163 conversou com Fernando Sampaio, o diretor executivo do Instituto PCI, que foi criado em 2019 para coordenar a implementação desse projeto.
O que é o Instituto PCI e por que ele é importante?
O Instituto, explica Fernando, é membro do Comitê Estadual da Estratégia PCI, composto por diversas secretarias de Estado, representantes da sociedade civil e empresas privadas que avaliam e implementam a PCI no Estado. O Instituto também é responsável por fazer as parcerias com empresas e projetos que poderão ajudar a atingir as metas previstas pela estratégia.
“A PCI é um compromisso do Mato Grosso que é baseado em um conjunto de metas de expandir a produção agrícola para conservar o que tem que ser conservado e incluir os produtores no processo. O Instituto é um grande guarda-chuva de projetos, colaborando com uma série de iniciativas na ponta para atingir esses objetivos”, afirma.
Quais as metas da PCI?
Fernando informa que a PCI tem um conjunto de metas para cada área que compõe a sua sigla (Produzir, Conservar e Incluir), mas as principais seriam “ melhorar a produtividade da pecuária e recuperar pastagens, expandir a agricultura recuperando áreas degradadas e ampliar o setor florestal. Na conservação focamos em reduzir o desmatamento e implementar o Código Florestal. E a inclusão trata da expansão da agricultura familiar e a regularização fundiária”, diz.
Até 2030, a PCI pretende, entre outras metas, restaurar 12 milhões de hectares de terras degradadas para a produção agrícola, reduzir em 90% o desmatamento no Mato Grosso, cadastrar 90% das propriedades agrícolas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e garantir a regularização fundiária de 100% dos produtores familiares.
Quais os avanços da PCI no Estado?
Com parceiros que vão desde pequenos produtores e Organizações da Sociedade Civil até a Marfrig e a Rede Carrefour, a estratégia PCI vem sendo adotada cada vez mais por produtores mato-grossenses, como explica Fernando.
“Grande parte da produção no Mato Grosso já está se tornando mais sustentável, os produtores estão implementando boas práticas e evoluindo para uma agricultura de baixo carbono. Trabalhamos com mecanismos que valorizem os ativos ambientais e melhorem a vida dos produtores”, afirma.
Como integrar a PCI?
Para Fernando, melhorar a qualidade do meio ambiente melhora a produção como consequência, e os produtores que querem aderir à estratégia estarão contribuindo, mais do que para a preservação ambiental, para a própria expansão da produção agrícola em Mato Grosso.
Para participar da PCI, basta o produtor estar atento às demandas ambientais, sociais e econômicas que podem abrir portas para o seu futuro. Depois basta que entre em contato com o Instituto e entenda melhor de que forma pode contribuir. Com as organizações, a população e o governo, afirma o diretor executivo do Instituto PCI, é a única forma de implementar uma mudança definitiva rumo à agricultura sustentável.
“Ninguém consegue resolver tudo sozinho, é uma grande parceria público-privada”, afirma Fernando.
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