Por André Garcia
Ao contrário das forrageiras perenes, que enfrentam resistência em sistemas com rotação de pastagens, a variedade de ervilhaca URS BRS Presilha pode ser a solução para os produtores que buscam aumentar a produtividade e a sustentabilidade de sistemas de integração Lavoura-Pecuária (ILP).
Criada por um consórcio entre a Embrapa, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Associação Sul-brasileira para o Fomento de Pesquisa em Forrageira (Sulpasto), a cultivar é anual e se adapta bem tanto ao pastejo quanto à cobertura do solo, mostrando-se eficiente em áreas de rotação de culturas e pastagens perenes.
“Isso ajudou a posicionar a ervilhaca principalmente em áreas de integração Lavoura-Pecuária, onde até hoje os produtores relutam em investir em espécies forrageiras perenes pelo fato da rotação anual das pastagens com culturas agrícolas”, explicou o pesquisador Daniel Montardo, da Embrapa Pecuária Sul.
Competitividade
Além disso, a URS BRS Presilha se destaca pela maior semente entre as leguminosas forrageiras de clima temperado no Sul do Brasil. Essa característica confere competitividade durante o estabelecimento da pastagem, além de facilitar sua implantação e distribuição, até mesmo em áreas já cobertas por pastagens perenes.
Miguel Dall’Agnol, professor da UFRGS, complementa que a ervilhaca é ideal para sistemas que combinam pastagens de verão e inverno porque pode ser introduzida ou sobressemeada em pastagens cultivadas, como as de tifton, garantindo bom desempenho durante o ano inteiro.
“Ela também apresenta bom rendimento quando consorciada com pastagens cultivadas de inverno. Pode ainda ser introduzida no campo nativo para incrementar a produção durante o inverno e a primavera. Isso significa que mostra bom desempenho em sistemas produtivos baseados em pastagens de verão e de inverno”, destaca.
Vantagens
A cultivar contribui para a estruturação do solo por meio de um sistema radicular vigoroso e diversificado, o que é essencial em mixes de cobertura. Além disso, tem alta capacidade de fixação de nitrogênio no solo, por meio da simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, o que melhora a fertilidade do solo.
A URS BRS Presilha também se caracteriza por sua resistência à seca e menor propensão ao timpanismo, um problema comum em outras leguminosas forrageiras. Essas características aumentam a viabilidade da cultivar em diversas regiões do Brasil, tornando-a uma escolha estratégica para os produtores.
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