Os frigoríficos brasileiros de carne bovina estão perdendo até 25 milhões de dólares por dia depois que um embargo comercial interrompeu as vendas para a China. O cálculo é da consultoria Datagro Pecuária e a estimativa é baseada nos preços atuais de exportação da carne bovina, variando entre US$ 4.800 e US$ 5.000 por tonelada. As informações foram publicadas pelo site do Globo Rural.
O Brasil suspendeu as vendas de carne bovina para o país asiático no último dia 23/2 após relatar um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca, em conformidade com os protocolos sanitários. A investigação posterior considerou o caso “atípico”, o que significa que o país manteve seu status de risco insignificante para EEB e pode retomar as exportações para a China.
A suspensão da proibição, porém, depende da aprovação formal de Pequim. As autoridades brasileiras disseram que todas as informações relevantes sobre o caso da vaca louca foram compartilhadas com a China.
O governo insiste para que Pequim suspenda a proibição antes ou durante uma visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China no final de março. Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), viajará antes da comitiva presidencial, como forma de adiantar algumas discussões.
Outros embargos
Duas proibições semelhantes ao comércio de carne bovina envolvendo a China duraram 13 dias em 2019 e 103 dias em 2021, de acordo com a Datagro, forçando os frigoríficos brasileiros a abastecer clientes chineses a partir de suas outras fábricas sul-americanas.
Em 2022, o Brasil exportou um total de 1,991 milhão de toneladas de carne bovina in natura, sendo que cerca de 62% foi para a China. O país é o maior fornecedor de carne bovina da China, à frente da Argentina e Uruguai, respondendo por 40,5% de suas importações, segundo a Datagro Pecuária. Atualmente, a China também importa carne bovina da Nova Zelândia, Estados Unidos e Austrália.