A chuva incomum de agosto trouxe uma herança maldita: uma alta incidência de milho tiguera nas lavouras do Mato Grosso. O fato tem assustado agricultores especialmente de Campo Verde, Primavera do Leste e Serra da Petrovina.
Eles temem uma possível infestação de cigarrinha, já que essas plantas são consideradas uma ponte verde na proliferação da praga, a mais nefasta para o milho.
“Se por acaso alguma cigarrinha infectada se alimentar dessa planta tiguera ela acaba sendo uma fonte de inóculo para os molicutes. E, isso faz com que permaneça o problema dos molicutes e a manutenção da população de cigarrinha”, explica a pesquisadora entomologista da Fundação MT, Lucia Vivan ao Canal Rural.
Alerta de entidades
Entidades como a Embrapa e a Fundação MT alertam para a importância de acompanhar as áreas que estão no estágio reprodutivo, pois os sintomas podem ocorrer mais tardiamente.
“O manejo para a cigarrinha é composto de várias ferramentas que devem ser realizadas em conjunto, como: destruição de plantas tigueras de milho; boa colheita de áreas de milho, a fim de evitar sementeira; tratamento de sementes; uso de produtos químicos e biológicos desde o início do desenvolvimento da cultura, e manter aplicações até os estádios V8-V10. Além dessas ferramentas, aplicações em bordadura também podem ser uma estratégia devido ao deslocamento do inseto de outras áreas”, ensina a Fundação MT.
No Prosa Rural, programa de rádio da Embrapa, os pesquisadores Ivênio Rubens de Oliveira e Luciano Viana Cota orientam os produtores sobre como fazer o controle das cigarrinhas para evitar os enfezamentos, infecção que impede o desenvolvimento normal da planta de milho e causa prejuízos na lavoura.
“A medida preventiva começa pelo tratamento das sementes, eliminação de plantas tigueras, controle das cigarrinhas nos estádios iniciais da lavoura, manejo integrado de pragas e plantio de diferentes tipos de cultivares”, diz a Embrapa.
Você pode ouvir o programa Prosa Rural aqui.