Tanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgaram nesta quarta-feira, 8/2, suas estimativas para a safra agrícola de grãos em 2023. Os números são bastantes similares.
Para a Conab, a produção de grãos 2022/23 do Brasil deve ser de 310,6 milhões de toneladas, 38,2 milhões de toneladas acima de 2021/22 e praticamente estável (0,1%) ante o levantamento de janeiro. Embora, tenha tido queda de produtividade no Rio Grande do Sul, em função das poucas chuvas, o bom desempenho do Centro-Oeste ajudou na alta.
“Em Mato Grosso as produtividades obtidas para a soja, por exemplo, têm sido superiores às previstas”, destaca na nota o presidente da companhia, Guilherme Ribeiro.
A colheita de soja é estimada em 152,9 milhões de toneladas, 21,8% acima da temporada anterior e 0,1% maior que na estimativa de janeiro. Conforme a Conab, 8,9% da área está colhida no Brasil, atrás dos 16,8% de igual período do ano passado.
“Mato Grosso lidera o avanço, com 25,6% de sua área colhida. No entanto, as chuvas volumosas registradas causaram atrasos nos trabalhos de colheita se comparados com a última safra, que na mesma época contava índice de 42,1%. Além do intenso volume das precipitações em importantes áreas produtoras, há registro de alongamento do ciclo da cultura em virtude de ondas de frio”, diz a superintendente de Informações da Agropecuária da estatal, Candice Romero Santos.
Milho
No caso do milho verão, a produção esperada é de 26,5 milhões de toneladas (+5,7% ante 2022).
“Os ganhos só não são maiores em virtude dos problemas climáticos do Rio Grande do Sul”, diz a estatal.
Para a segunda safra de milho (safrinha), a Conab espera aumento de área e de produtividade, podendo chegar a 95 milhões de toneladas (+10,6%). A Conab informa que as chuvas também atrasam o início do plantio da safrinha, atualmente em torno de 10,7% de área plantada. No total, a estatal estima a produção de milho no Brasil em 2022/23 em 123,7 milhões de toneladas, 9,4% maior que a do ciclo passado.
Algodão
Para o algodão, a estimativa é de uma produção de 3 milhões de toneladas da pluma, volume 19,2% maior que na temporada anterior. Em relação ao trigo, a colheita foi atualizada para 10,6 milhões de toneladas, crescimento de 37,4% em relação à safra de 2021.
A Conab informou que, com exportações aquecidas de milho, os estoques iniciais da temporada 2021/22 foram ajustados para 7,9 milhões de toneladas e consideram a atualização dos números de produção de carnes do IBGE, “visto que possuem influência significativa na demanda nacional do cereal”.
Estimativa IBGE
Para o IBGE, a produção deve ser recorde e totalizar 302 milhões de toneladas, 38,8 milhões de toneladas a mais que o desempenho do ano passado, uma alta de 14,7%.
Em relação ao levantamento de dezembro, houve avanço de 1,9% na estimativa para a safra deste ano, ou 5,7 milhões de toneladas a mais. Os produtores brasileiros devem semear 75,8 milhões de hectares na safra agrícola de 2023, alta de 3,5% em relação à área colhida em 2022, o equivalente a mais 2,6 milhões de hectares.
Comparada à estimativa de dezembro de 2022, a área a ser colhida aumentou 0,7%, com 537,459 mil hectares a mais, de acordo com o IBGE.
Fonte: Estadão Conteúdo