Por Vinicius Marques
Na última sexta-feira (11/02), o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) atualizou a porcentagem de semeadura da safrinha de milho 2021/22 para 57,09%, avançando 15 pontos percentuais em relação à última semana. Os dados são um ótimo indicativo do andamento da safra, quando comparados ao ano anterior, que estava em apenas 20,9% de milho semeado, e ao mesmo período em 2019/20, com 38,94%.
“É esperado que cerca de 93,91% das áreas sejam semeadas dentro da janela considerada ideal”, disse o instituto.
De acordo com Monique Kempa, coordenadora de inteligência de mercado do Imea, o avanço atual do milho se deve, principalmente, ao adiantamento da semeadura da soja, no semestre passado. “Quando analisamos a média dos últimos cinco anos, está evoluindo bem”, afirma Kempe. “Poderia estar avançando ainda mais, se não fosse o grande volume de chuvas em algumas regiões”.
Segundo reportado pelo Canal Rural, a colheita da soja segue avançando nos intervalos de chuva, limitando ainda o início da safrinha de milho. “Os índices de umidade e avariados seguem altos e tornam mais lenta a logística entre as lavouras e os armazéns. Também há queixa de grãos com excesso de umidade em Rondônia e Minas Gerais”, aponta o portal de notícias.
No AgroPapo do canal do youtube do Gigante 163, Cid dos Reis, engenheiro agrônomo do Grupo Bom Futuro, comentou sobre como a chuva tem desacelerado a colheita da soja. Cid afirmou que o produtor tem de estar sempre bem informado, para saber o momento certo de agir e impedir que ocorra grandes avarias na lavoura.
“O clima influencia diretamente nos momentos de plantio, colheita, aplicações de produtos, movimentação de maquinário e probabilidade de pragas e doenças”, afirma o engenheiro. O papo completo com Cid dos Reis, você confere aqui.
A previsão para os próximos três meses apresenta ainda um alto índice pluviométrico. A estimativa, no entanto, é positiva para o decorrer do milho, uma vez que a chuva contribui para o bom desenvolvimento das lavouras.
“Estamos esperando por chuvas acima da média histórica e isso é bastante favorável para conseguir ter armazenamento de umidade no solo”, afirma a coordenadora do Imea.
Oferta e demanda
Por causa da estiagem nos Estados do Sul, estima-se que a dinâmica do mercado interno do milho irá favorecer nosso Mato Grosso. “Isso é uma questão de oferta e demanda”, explica Monique Kempe. “Como houve uma menor produção no Sul e aqui estamos com uma safra boa, a expectativa é que haja uma demanda maior pelo milho mato-grossense”.
O Imea estima que a produção do cereal seja de 40,4 milhões de toneladas, 24% acima do observado no ciclo de 2020/21. A comercialização da safrinha mato-grossense fechou o mês de janeiro em 48,48%, 19,47 pontos percentuais abaixo que o mesmo período do ciclo anterior, mas próximo aos 48,07% da média dos últimos cinco anos.
Segundo o último boletim do milho publicado pelo instituto no dia 07/02, o preço médio do cereal disponível no estado subiu 9,73% em relação à última semana de levantamento do Imea, ficando cotado na média de R$ 76,48/sc.
“As cotações do cereal, na CMEGroup, apresentaram alta de 3,02% em relação à semana passada, com valor médio de US$ 6,25/bu”, indica o boletim.