HomeProdutividade

UFMT pesquisa produção de defensivos biológicos por fungo

UFMT pesquisa produção de defensivos biológicos por fungoFungo é usado em diversas culturas, mas sua produção é delicada. Foto: UFMT

Ministério da Agricultura registra 50 defensivos agrícolas
Mapa registra defensivos de baixo impacto e fungicida inédito
Ministério aprova registro de novos defensivos para controle de pragas

O uso de defensivos biológicos para o controle de insetos em lavouras tem aumentado a cada ano, em parte pela evolução das pesquisas na área e em parte pela demanda de mercados consumidores pela diminuição no uso de agrotóxicos. Um entrave para seu uso, entretanto, está na produção em larga escala dos produtos, que não podem ser simplesmente sintetizados como fórmulas químicas, precisam ser cultivados — como as próprias plantas que irão proteger — já que também são seres vivos.

A fim de facilitar o processo de produção desse defensivo, uma pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), visa desenvolver um processo de fermentação líquida para a produção do Beauveria bassiana, fungo bastante utilizado como defensivo biológico.

A Beauveria bassiana é utilizada principalmente no controle de pragas da soja e do milho. Similar ao bolor que às vezes aparece no pão ou nas frutas estragadas, a Beauveria libera esporos microscópicos, parecidos com um pozinho branco, que consegue infectar os insetos para fazer o controle biológico.

“Ele já é utilizado há muito tempo, inclusive sendo produzido por multinacionais. Acontece que a forma mais simples e corriqueira de produzir é pela fermentação sólida em  arroz umedecido e esse é um processo moroso, com vários riscos de contaminação” explica a professora responsável pela pesquisa Daniela Tiago Silva Campos, da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT.

A ideia é investigar a possibilidade de cultivar o fungo via fermentação líquida, ou seja, criar um caldo com fontes de carbono, nitrogênio e outros nutrientes necessários para o seu crescimento e realizar o processo em biorreatores industriais, que demandam pouco espaço horizontal e podem alcançar uma capacidade maior de produção.

“Nosso objetivo é apresentar um produto advindo desse processo de fermentação líquida da B. bassiana, que seja mais simples e rápido de produzir, mais fácil de utilizar, mais fácil de armazenar, mas que funcione do mesmo jeito, para entregarmos algo que ajude o produtor rural”, completou.

Também participam do projeto os professores Salomão Lima Guimarães, da Universidade Federal de Rondonópolis,  a professora Elisabete Mendes Furtado, da UFMT; o discente da Agronomia Wagner de Jesus Arruda, pesquisador do IMAmt (Instituto Mato-grossense do Algodão).

Fonte: UFMT