O agronegócio brasileiro superou vários obstáculos ao longo de sua história nos últimos 50 anos, mas há um que se impõe com forte apelo capaz de comprometer a boa gestão das fazendas: a precariedade da conexão de internet no campo. Sem ela, os grandes proprietários têm atuação limitada.
O problema não surgiu ontem, tanto que há diversas iniciativas do setor para levar tecnologias para dentro da porteira. Mas o fato de hoje 73% das propriedades não estarem conectadas, segundo o Ministério da Agricultura e a associação ConectarAgro, faz o produtor perder tempo e dinheiro.
A ConectarAgro batalha por melhorias com um sistema de conexão 4G, a partir do qual foram conectados 6,2 milhões de hectares, o que elevou o total do País para 27%. Só que a área plantada no Brasil chega a 83,4 milhões de hectares, segundo o IBGE.
“É difícil não conseguir ter os dados do campo na mesma hora em que são coletados. Até tem internet em um ou outro ponto das fazendas, mas quando entra em lugar sem sinal, ficamos no escuro”, afirmou Carlos Alberto Mendonça, administrador de fazendas em Mato Grosso do Sul, ao jornal “Folha de S.Paulo”.
Sem conexão, as modernas máquinas à disposição do agronegócio brasileiro ficam à deriva.
“[O setor] estava numa encruzilhada muito forte, com máquinas cada vez mais digitais, mas inseridas em ambientes agrícolas onde a conectividade não existia. De 22% a 23% da área agrícola era coberta [em 2019] com conectividade não adequada para o que precisamos fazer”, disse ao jornal Gregory Riordan, presidente da associação ConectarAgro e diretor de tecnologias digitais da CNH Industrial para a América Latina.
Fonte: ConectaAgro e “Folha de S.Paulo”