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Empresas buscam milho e trigo mais resistentes às mudanças do clima

Empresas buscam milho e trigo mais resistentes às mudanças do climaMudanças climáticas impactam principalmente pequeno produtor. Foto: CNA

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À medida em que a resiliência hídrica dos solos apresenta alterações, a performance para o grão germinar também pode mudar. É por isso que o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT) também esteve na COP28, já que se antes o foco era na eficiência agota é na resiliência.

“Isso não significa ser ineficiente, mas produzir com a menor pegada de carbono, uso de água”, disse o diretor-geral da organização, Bram Govaerts à EXAME Agro.

A organização é responsável por 50% do melhoramento de trigo e milho cultivados em todo o mundo, gerando benefícios de cerca de US$ 4 bilhões de dólares anuais para o Sul Global. Diante da relevância, o CIMMYT acompanha a agenda climática para entender como a genética das culturas pode continuar levando alimento e renda para populações ao redor do planeta.

Govaerts afirma que o banco genético de milho e trigo precisa ser mais eficaz e equitativo, a fim de atender as especificidades nos mais de 40 países em que o centro atua – seja no Brasil, na Etiópia ou na Ucrânia.

“Buscamos utilizar novas abordagens científicas no melhoramento de plantas e na agricultura em geral, seja na edição genética ou na melhoria ambiental, que proporcionam aumentar o envolvimento das comunidades agrícolas”, afirma.

Govaerts conta que existem no mundo cerca de 28 mil cultivares de trigo e 140 mil de milho tolerantes à seca e ao mesmo tempo com nível alto de nutrição. Ainda assim, ele ressalta que é preciso aumentar os esforços para a resiliência das sementes frente à mudança do clima.

As duas culturas estão entre as principais fontes de alimento para populações de países em desenvolvimento – sendo, muitas vezes, os únicos alimentos disponíveis para as áreas rurais. É por isso que garantir o cultivo e a colheita, mesmo diante de alterações de comportamento do solo, se faz tão necessário.

“Mudanças climáticas estão impactando pequenos produtores, com secas e o aumento de doenças, então isso inspira novas pesquisas principalmente aos produtores de pequeno porte”, afirma Govaerts.

No caso do milho, o executivo entende que a ciência caminha para atender tanto a demanda da alimentação quanto da geração de energia, por causa do etanol.

“O Brasil, é claro, é um exemplo de país que tem diferentes genéticas para combustível e alimento, e pode contribuir na parceria para compartilhar a biodiversidade e desenvolver essas variedades resistentes”, diz o diretor-geral do CIMMYT.

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