Por André Garcia
Tecnologia para aumentar a produtividade de gado, adubação verde para manter a saúde do solo e integração lavoura, pasto, floresta (ILPF) para enfrentar os desafios do clima são só alguns exemplos mostrados pelo Gigante 163 de como o produtor rural brasileiro se destaca em iniciativas de agricultura sustentável.
Esta posição foi confirmada por estudo realizado pelo Insper e divulgado no evento Agro Horizonte – Diálogos que Cultivam Inovação. Os resultados foram apresentados em janeiro por Marcos Jank, professor de Agronegócio Global na instituição, em encontro organizado pela revista Globo Rural, em parceria com Valor Econômico.
De acordo com a pesquisa, o País vem atendendo à crescente demanda por alimentos de alta qualidade, destacando-se no mercado internacional. Além disso, transformou-se em um líder global em itens como soja, milho e carnes, com avanços tecnológicos em agricultura tropical.
Em 2023, exportou US$ 166,5 bilhões em produtos agrícolas, aplicando tecnologias como os organismos geneticamente modificados (OGMs), bioinsumos e sistemas integrados lavoura-pecuária-florestas-energia-carbono (ILPFEC). Entre 1997 e 2023, o valor exportado mais que triplicou, enquanto a expansão territorial foi mínima.
Isso só foi possível porque as atividades na agricultura nacional cresceram acima da média global, resultado de inovações como sementes geneticamente modificadas, insumos biológicos e sistemas de manejo avançado, como o plantio direto. Práticas como essas destacam a matriz brasileira como exemplo global.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, o sinal de eficiência é inquestionável: ter se tornado referência para a comercialização no mercado externo. “O Brasil tem um papel de excelência na exportação e é lembrado sempre que se fala de ‘boi’, ‘soja’ ou ‘milho’”, disse.
O secretário adjunto da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (Mapa), Júlio Ramos, disse que o Governo está pronto para avançar sobre o tema. “O Brasil já adota formas de cultivo e comercialização referências no mundo […]. O debate está maduro e nós estamos prontos para orientar esse debate.”
De olho no futuro
Mais jovens e qualificados em relação a outras regiões do mundo, agricultores brasileiros lideram essa transformação. Como já mostramos, esta é a história de Bruno Maia, que vem ajudando o pai, Flávio Maia, a melhorar os números do rancho Don Cota, no município de Camapuã, no Mato Grosso do Sul.
A adaptação às novas estratégias também é fundamental, como no caso do projeto Florestas de Algodão, que promove o cultivo em sistemas agroflorestais (SAFs) junto a agricultores familiares de Santo Antônio do Leverger (MT). A iniciativa vem mostrando ao mundo que é possível aliar moda e responsabilidade socioambiental.
De Goiás, o exemplo vem do incentivo da recuperação de mananciais, lagos e matas ciliares degradadas. Lá, o Projeto Nascentes garantiu a restauração de um corredor ecológico, garantindo uma faixa contínua de vegetação entre propriedades rurais, protegendo a saúde dos ecossistemas e beneficiando a produtividade da soja.
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