HomeTecnologia

Gigantismo do agro salva setor automotivo

Gigantismo do agro salva setor automotivo

Agro brasileiro investiu cerca de R$ 15,5 bi em energia solar
Volume de frete rodoviário do agronegócio cresce 37,4% no 3º trimestre em relação a 2020
Preço da terra dobra em cidades de MT e aumenta responsabilidade com saúde do solo

As melhores notícias do mercado automobilístico continuam vindo do setor de caminhões, favorecido pelo bom desempenho do agronegócio e do e-commerce, e a despeito de problemas pontuais com insumos. A produção de 74,7 mil unidades no primeiro semestre deste ano é a melhor para o período desde 2014, da mesma forma que as 58,7 mil unidades licenciadas de janeiro a junho, informa a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).

O agro também é responsável pelo crescimento de vendas de máquinas agrícolas. Entre tratores e colheitadeiras, elas subiram 10% na passagem de abril para maio, chegando a 4,9 mil unidades, segundo a Fenabrave, entidade que também representa, além das concessionárias de veículos, revendedores de equipamentos usados no campo. Na comparação com maio do ano passado, as vendas de tratores e colheitadeiras tiveram alta de 34,5%. O crescimento de volume acumulado nos cinco primeiros meses de 2021 bateu em 34,9%, num total de 20,3 mil unidades até maio. Os números da Anfavea confirmam que esse setor está aquecido: a entidade registrou um aumento de 17% nas vendas no ano passado e projeta alta de 30% para este ano.

Tirando as máquinas agrícolas e os caminhões, a performance do setor automotivo não anima. A ANFAVEA teve que atualizar as projeções que havia apresentado em janeiro, referentes ao fechamento de 2021. A produção total, que era estimada em 2.520 mil unidades (alta de 25% sobre 2020), foi reduzida para 2.463 mil (alta de 22% sobre o ano passado). A alta na produção estimada 2021/2020 subiu de 23% para 42% no caso de caminhões e ônibus. Mas caiu de 25% para 21% no segmento de automóveis e comerciais leves. Já para as vendas internas, a expectativa agora é de 2.320 mil licenciamentos (elevação de 13% sobre o ano anterior), ante os 2.367 mil previstos em janeiro. Automóveis foram revistos para baixo, enquanto comerciais leves, caminhões e ônibus foram revistos para cima.

As exportações foram revisadas de 353 mil para 389 mil na expectativa do ano, uma esperada alta de 20% sobre 2020, melhor que a elevação de 9% inicialmente projetada. “Nunca foi tão difícil fazer projeções no Brasil”, desabafou Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA. “Além das variáveis socioeconômicas, agora temos também de levar em conta a situação da pandemia, o ritmo da vacinação, a instabilidade política e essa crise global dos semicondutores, sobre a qual pouco podemos antever”, acrescentou Moraes, ressaltando que uma possível restrição de fornecimento de energia elétrica não entrou nos cálculos da associação.

Autoveículos

Segundo a ANFAVEA, 1,148 milhão de autoveículos deixou as linhas de montagem no primeiro semestre do ano, 57,5% a mais que os 729 mil do mesmo período do ano passado, quando todas as fábricas passaram por paradas de até dois meses. Numa comparação com o primeiro semestre de 2019, houve uma retração de mais de 300 mil unidades, ou 22%.

Em junho, a produção de 166.947 unidades foi a pior dos últimos 12 meses, em função das várias paradas de fábricas de automóveis ao longo do mês – situação que vem acontecendo desde o final do primeiro trimestre.

A baixa oferta de alguns produtos acaba se refletindo nos resultados do mercado interno. Nos seis primeiros meses de 2021, 1.074 mil unidades foram licenciadas no país, 32,8% a mais que no mesmo período de 2020, porém 17,9% a menos que no primeiro semestre de 2019. As vendas de 182.453 autoveículos em junho recuaram em relação aos últimos dois meses.

Fonte: ANFAVEA