O Cerrado está no centro de uma pesquisa inovadora que utiliza tecnologia remota para sua preservação. O estudo, realizado por pesquisadores do Instituto Federal de Brasília (IFB), em parceria com a equipe da Reserva Ecológica do IBGE (RECOR), no Distrito Federal, teve mais uma etapa concluída em março. Iniciada em maio de 2024, a pesquisa busca aprimorar técnicas de mapeamento focadas nas peculiaridades da região.
Os pesquisadores utilizam imagens de satélites de alta resolução para mapear as principais formações vegetais do Cerrado, como florestas, savanas, campos típicos e áreas de solo exposto. Um dos focos é a identificação do samambaião, espécie frequentemente encontrada dominando áreas do Cerrado que sofreram degradações, sendo um obstáculo à regeneração natural de espécies típicas da região.
Esses dados auxiliam os gestores da Reserva ao identificar mudanças na cobertura vegetal e possíveis impactos ambientais. Além disso, a tecnologia pode detectar alterações causadas por invasões ou atividades ilícitas.
“Testamos a aplicação de métodos aliados à Inteligência Artificial. A Reserva funciona como um laboratório para estudar as dinâmicas do Cerrado e expandir a análise para áreas naturais maiores”, explica a professora Thanan Rodrigues, coordenadora da pesquisa.
Regularmente, os pesquisadores realizam visitas técnicas para registrar coordenadas e caracterizar a vegetação. As imagens de satélite, captadas entre 2021 e 2024, permitem avaliar a evolução da cobertura vegetal ao longo dos anos.
O analista da Gerência de Meio Ambiente e Geografia (GMAG) do IBGE, Frederico Takahashi, destaca a importância da pesquisa na avaliação do equilíbrio entre campo e floresta. “A tecnologia também permite identificar invasões, atividades ilícitas e perturbações ambientais”, afirma.
Na próxima fase, o projeto incluirá imagens de drones, que proporcionarão uma análise ainda mais detalhada do Cerrado.