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Identificação rápida de incêndios florestais ganha reforço

Identificação rápida de incêndios florestais ganha reforçoTecnologia será capaz de detectar incênidos em 20 minutos. Foto: Agência Brasil

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O Google lançou o primeiro satélite de uma rede que utiliza inteligência artificial para detectar incêndios florestais em tempo quase real. A iniciativa, que visa revolucionar a prevenção e o combate ao fogo em todo o mundo, promete fornecer dados fundamentais para as autoridades.

Composta por uma constelação de mais de 50 satélites, equipados com sensores avançados e inteligência artificial a rede, que leva o nome de FireSat, vai monitorar as florestas globais, capturando imagens e dados em tempo real. A inteligência artificial vai analisar os dados, fazendo uma comparação com registros históricos e diferenciando incêndios reais de interferências — como reflexos de luz ou falhas técnicas. A partir daí, alertas instantâneos são enviados às autoridades competentes quando um incêndio é detectado.

No Brasil, desde 1986, o Programa Queimadas (Inpe), do governo federal, mapeia o território nacional usando satélites que detectam radiação térmica emitida por fogo. Os dados gerados diariamente estão disponíveis no Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas) e toda a sociedade tem acesso.  O objetivo também é auxiliar as autoridades a direcionarem seus esforços para os focos de fogo.

Outra iniciativa brasileira gratuita nesse sentido é o MapBiomas Fogo, que não opera em tempo real, mas mostra o saldo de área destruída que os incêndios deixaram atrás de si – e que ajudam a planejar onde direcionar os esforços de auxílio à recuperacao e reconstrução. Os dados , organizados por biomas e regiões, são compilados mensalmente em uma plataforma aberta ao público, o Monitor do Fogo. 

Experiência pessoal

A ideia do satélite surgiu da experiência pessoal de Juliet Rothenberg, diretora de produtos de IA Climática no Google Research, que sofreu com a falta de informações precisas durante uma evacuação por incêndio em 2020, na Califórnia (EUA).

O FireSat não só auxilia na resposta a emergências, mas também contribui para o estudo do comportamento dos incêndios e sua relação com as mudanças climáticas.

“O FireSat é mais do que apenas uma ferramenta de resposta a emergências”, afirmou Juliet . “É também uma ferramenta incrível para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Na verdade, é muito bonito que contribua para reduzir as mudanças climáticas – ao mesmo tempo em que responde a elas.”

Os três primeiros satélites da Earth Fire Alliance, organização sem fins lucrativos criada para coordenar o projeto, estão previstos para lançamento em 2026, enquanto a constelação completa, com mais de 50 unidades, deve ser finalizada até 2030.

Mas já foram realizados testes iniciais com pequenas fogueiras e aviões equipados com sensores, segundo o Google, mostraram alta precisão do sistema.

De acordo com a empresa, quando a constelação completa estiver ativa nos próximos anos, ela detectará um incêndio de apenas 5×5 metros, aproximadamente o tamanho de uma sala de aula, em 20 minutos.

De acordo com o MapBiomas, Amazônia, Cerrado e Pantanal foram os biomas mais afetados pelas chamas em 2024 e respondem por 95,7% dos 30,8 milhões de hectares queimados no Brasil. Impulsionado pela seca e pela ação humana, o fogo destruiu principalmente a região amazônica, onde atingiu 17,9 milhões de hectares, o equivalente a 58% do total registrado no País.